A metrologia é uma das ferramentas que podem ajudar no crescimento e desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços. Tudo o que faz parte da nossa vida já passou pela metrologia. Por meio dela, tudo é testado, medido e averiguado. E, assim como em outras áreas, a metrologia precisa se adaptar às necessidades do mercado. Neste momento, as atenções estão voltadas para a metrologia química, de biotecnologia e de nanotecnologia.
O diretor de credenciamento do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Marcos Aurélio Lima de Oliveira, conta que há um aporte financeiro muito forte na área da metrologia química, em função dos estudos e do desenvolvimento de biocombustíveis. Este tipo de trabalho pode propiciar, por exemplo, a queda no subsídio taxado pelos Estados Unidos ao etanol brasileiro.
Hoje em dia, há sistemas de metrologia para tudo. Até para a cachaça. Cada País também direciona esforços para produtos locais. ?A metrologia brasileira é comparada a de outros países e está anos-luz na frente do restante da América do Sul. Apesar das questão econômica, o padrão da metrologia brasileira é muito bom?, comenta Oliveira.
O desenvolvimento da metrologia brasileira está ligado à ênfase na infra-estrutura, segundo Hartmut Apel, diretor do departamento de metrologia legal do Physikalisch Technische Bundesanstalt, o instituto de metrologia da Alemanha. A instituição é a mais antiga do mundo nesta área, fundada em 1887. Ele estuda este setor brasileiro há 30 anos e participou, na semana passada, do II Encontro Nacional de Metrologia do Senai, em Curitiba. ?Noto um grande salto, especialmente nos últimos 10 anos. As realidades regionais são importantes para o apoio à indústria. É certo dar ênfase em estrutura técnica, em vez de normas. A verdade está na técnica e não no sistema de gestão. A base de tudo é a tecnologia?, avalia.
Para Apel, o Brasil leva vantagem no crescimento da metrologia atual. Isto porque não há mais a visão de investimentos na infra-estrutura na Europa. O Velho Continente sofre com a centralização dos recursos financeiros, em função da União Européia. ?Tudo está concentrado em Bruxelas e os recursos são repartidos entre 27 países. Os institutos fortes estão sofrendo com isso, pois parte dos recursos está indo para países que não possuem uma indústria fortalecida?, ressalta.
O alemão acredita que um dos principais desafios é a integração de novas tecnologias num único sistema. De acordo com Apel, o software faz parte de todas as medições e se tornou um elemento vital. Mas as fraudes existentes hoje acontecem justamente neste ponto. ?Outro desafio é a aplicação de raios eletromagnéticos. As ondas dos celulares influenciam diretamente na medição e no comportamento dos instrumentos. E pior, não deixa qualquer traço?, esclarece.