Brasília – Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade de Campinas (Unicamp) encontraram pinturas rupestres (as mais antigas representações em imagens conhecidas da humanidade) subaquáticas no Rio Trombetas, no oeste do Pará. Normalmente, os arqueólogos subaquáticos pesquisam navios e outras peças submersas.
Segundo o diretor do Centro de Estudos de Arqueologia Subaquática e Náutica da Unicamp, Gilson Rambelli, o trabalho no Pará é pioneiro: "Nunca no mundo a arqueologia subaquática tinha conseguido trabalhar com sítios de gravuras rupestres".
Os primeiros indícios de pinturas rupestres em baixo d’água na região apareceram em 2003, mas como o Trombetas fica na floresta nacional de Saracá-Taqüera, era necessária uma autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovavéis (Ibama), para o início do trabalho. Recentemente os arqueólogos conseguiram essa autorização.
Rambelli acredita que muitos outros pontos da Amazônia podem esconder, em baixo d’água, vestígios de civilizações pré-coloniais, ou seja, feitas antes da chegada dos portugueses, em 1500. "Partindo desse sítio, nós trabalhamos em outros lugares, onde existem vestígios de cerâmicas submersas", relata.
Ainda não se sabe ao certo de que período histórico são essas pinturas descobertas no Trombetas. Os desenhos rupestres são copiados ainda debaixo d’água para um plástico e encaminhados para análise dos arqueólogos.