Pelo menos cinco grupos de pesquisa brasileiros estão desenvolvendo projetos com células-tronco de pluripotência induzida (iPS) – idênticas às células-tronco embrionárias, mas que não são extraídas de embriões. O primeiro a divulgar seus resultados foi o grupo liderado pelos cientistas Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Martin Bonamino, da Divisão de Medicina Experimental do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

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A equipe, segundo Rehen, estabeleceu um cultivo de células iPS humanas no fim de novembro. Após confirmação de que elas eram, de fato, células pluripotentes (com capacidade para formar qualquer tecido do organismo. Ontem, uma equipe do Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo anunciou ter derivado uma linhagem de células iPS humanas também em novembro.

As duas linhagens foram produzidas, essencialmente, pela mesma técnica: a reprogramação genética de células adultas via introdução de genes com características embrionárias. Mas há algumas diferenças: enquanto a equipe carioca usou quatro genes para fazer a reprogramação, a equipe paulista usou seis (três em comum). No Rio, o vetor usado para introduzir os genes nas células foi um retrovírus, enquanto que em Ribeirão Preto utilizou-se um lentivírus. As células usadas na reprogramação foram de rim e da pele, respectivamente.

Rehen tem planos de publicar seus resultados, mas disse que não está preocupado em saber quem foi o primeiro. Todos os procedimentos da pesquisa foram publicados num site, justamente para permitir que outros cientistas produzam suas próprias linhagens iPS. “Se a gente competir agora vai ser um tiro no pé”, disse.

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