São Paulo (Agência Fapesp) – O conjunto de informações reunido nos últimos anos é extenso e preocupante. Para piorar, em qualquer que seja o continente enfocado, sempre existe um exemplo que aumenta a dramaticidade do cenário. O resultado é que a maioria dos pesquisadores da área não tem dúvida em afirmar: os anfíbios estão desaparecendo. De todas as 5.743 espécies de anfíbios conhecidas, 32,5% estão sob ameaça. E quase uma centena teria desaparecido desde 1980. Como os focos dos problemas são muitos e as causas também, como aquecimento global, desmatamento, epidemias de fungos , desde o ano passado está sendo traçado um plano mundial de ação para salvar os anfíbios.
Com um artigo publicado na sexta-feira, na revista Science, a iniciativa ganha maior visibilidade. No texto, 48 pesquisadores assinam a idéia para criação da Aliança pela Sobrevivência dos Anfíbios (ASA), entre os quais Hélio Ribeiro da Silva, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O principal autor da iniciativa é Joseph Mandelson, do Zoológico de Atlanta, nos Estados Unidos. ?A intenção do programa é assegurar que todas as nações afetadas por esse terrível problema tenham os meios necessários para o desenvolvimento de tecnologia e recursos humanos, além de suporte financeiro para a implantação das ações de conservação dos anfíbios em suas próprias regiões?, disse Mandelson.
Segundo o pesquisador, a rede global será coordenada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma das principais instituições voltadas para o meio ambiente no mundo. ?Nossa estimativa é que o projeto exigirá um orçamento de US$ 400 milhões para os próximos cinco anos?, disse.
Quando a ASA estiver totalmente implementada, terá ações em várias áreas. A principal será de cunho científico. Com a ligação de vários bancos de dados sobre a situação dos anfíbios no mundo, os organizadores da aliança esperam ter um quadro abrangente da situação de todos os grupos, sejam rãs, sapos, pererecas, salamandras e assim por diante.