Acordo que prevê troca de geladeiras com gás nocivo à atmosfera no Rio

Rio de Janeiro – A entrega das 20 primeiras geladeiras ?verdes?(ecológicas) em São Gonçalo marcou nesta quarta-feira (5) o início do programa de cooperação entre o governo fluminense e a distribuidora de energia elétrica Ampla Energia e Serviços. O objetivo da parceria é promover a troca de geladeiras usadas por novas, cuja principal característica é a economia de energia e a não utilização de gases tipo clorofluorcarbono (CFC), que poluem o meio ambiente.

A cooperação faz parte do acordo firmado em junho entre o Ministério do Meio Ambiente, a secretaria estadual de Ambiente do Rio de Janeiro, a Ampla e a distribuidora de energia Light Serviços de Eletricidade.

Para este ano, a meta entregar 600 geladeiras ecológicas pela Ampla e outro tanto pela Light. Até o final de 2008, o objetivo é trocar 20 mil geladeiras por modelos mais eficientes em todo o estado. A Ampla fornece energia para 2,3 milhões de consumidores em 66 municípios do Rio, enquanto a Light atende 3,8 milhões de clientes nos 31 municípios fluminenses que integram sua área de concessão.

Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o Programa de Substituição de Geladeiras Velhas por Novas com Eficiência Energética e Captura de Clorofluorcarbono é uma medida de defesa da camada de ozônio.

?Mas também queremos defender o bolso do consumidor, porque as geladeiras velhas têm baixa eficiência energética e gastam até 50% a mais na conta de luz. Acaba fazendo um outro buraco de ozônio no bolso do contribuinte?, disse, acrescentando que o CFC é um gás de efeito estufa que contribui para o aumento da temperatura do planeta.

As geladeiras "verdes" são financiadas pelo Fundo de Eficiência Energética (FEE) e isentas do pagamento de Imposto sobre  Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Elas serão doadas a pessoas de baixa renda.

A seleção das famílias é feita com base nos atendidos pelo Bolsa Família e no cadastro dos consumidores da Ampla e da Light incluídos na linha do chamado consumo social. ?São as famílias mais pobres?, disse o secretário.

As famílias atendidas devem se comprometer a não fazer ?gato? elétrico, como é chamado o uso direto de energia do transformador da rua sem pagamento de tarifa. ?Esse é o outro lado do programa".

Minc lembrou que o dinheiro do fundo, que equivale a 0,5% da conta de luz, já foi pago pelos contribuintes. ?Só que até agora o governo do estado era omisso e não usava o fundo para esse fim. Agora isso está sendo usado não só para a troca gratuita de geladeiras, mas para colocar energia solar nos prédios públicos para aquecimento da água em quartéis, escolas e hospitais?.

Segundo ele, a expectativa é que até o final do ano que vem 400 prédios públicos tenham aquecimento de água por meio da energia.

O secretário esclareceu que além de  entregar a geladeira nova, o programa  possui um equipamento que retira  o CFC das geladeiras velhas, fazendo, com isso, a neutralização para não agredir a camada de ozônio

Pelo acordo assinado em junho, o Ministério do Meio Ambiente se responsabiliza pela instalação das centrais de regeneração, para onde essas geladeiras velhas serão enviadas.

O Rio é o terceiro estado a firmar convênio para a troca de geladeiras com CFC. Os dois primeiros foram Pernambuco e Bahia.

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