Acelerador de partículas vai operar este ano

São Paulo – A montagem terminou e as operações começarão ainda em 2007. Dez anos após o início da construção, foi instalada a última peça do Large Hadron Collider (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, instalado em um túnel de 27 quilômetros no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), próximo a Genebra, na fronteira entre França e Suíça.

A instalação do último dos 392 ímãs quadripolares, que mantêm os raios luminosos milimetricamente em seu trajeto ao longo do túnel, representa o resultado de uma longa colaboração entre o Cern e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), da França, em supercondutividade e criogenia avançada.

Os experimentos que serão viabilizados com o LHC permitirão que os físicos completem a aventura iniciada com Isaac Newton e sua descrição da gravidade. A gravidade age sobre a massa, mas, até agora, a ciência não conseguiu explicar por que partículas fundamentais possuem as massas que se conhece. A expectativa é que o novo acelerador ajude a responder à questão.

Os pesquisadores também usarão o equipamento para investigar outros temas fundamentais, como os mistérios da energia e da matéria escura do Universo, que correspondem a 96% de tudo o que existe.

O acelerador é composto de 1,7 mil grandes ímãs, dos quais 392 são quadripolares, além de uma imensa quantidade de ímãs corretivos. A instalação final do LHC estará completa no meio do ano e as operações deverão ter início em novembro de 2007.

A máquina está a uma profundidade de 100 metros. O desempenho do acelerador é garantido por sua operação em estado supracondutivo, que só pode ser atingido se o sistema for mantido a temperaturas extremamente baixas. A infra-estrutura criogênica do LHC é a maior já criada, possibilitando uma temperatura de -271ºC, mais baixa que a do espaço interestelar.

De acordo com informações divulgadas pelo Cern, os dados produzidos pelo acelerador representarão um volume de informações próximo de 1% de toda a informação produzida no mundo. O tratamento dos dados em profusão precisará de uma estrutura informatizada especial.

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