É muito provável que qualquer químico, físico ou engenheiro que se atirasse na busca do aperfeiçoamento de uma fralda centrasse seus esforços na elaboração de uma matriz absorvente de água mais eficiente do que aquelas já conhecidas. É o que fizeram recentemente a dupla alemã Maria Raidel e Franz Aschenbrenner (US Patent 20060229580; outubro/2006). Prepararam fibras especializadas de celulose granular combinadas a outro absorvente (polimetacrilato) e, entre outras aplicações, reivindicaram aquela possível em fraldas, explorando uma capacidade melhorada de 6 g de água/g de absorvente.
O lado caricato deste tipo de iniciativa pelo viés da comodidade (dos pais) foi cumprido nos EUA: o patenteamento de um alarme que é preso na fralda. Um sensor de contato percebe a água da urina e dispara um sonoro sinal. Os inventores apresentam, todavia, um sólido argumento: que mãe (pai?) não se cansa de introduzir os dedos entre a fralda e a pele do bebê para perceber a umidade (mal cheirosa) da urina? E quando os resíduos são sólidos (e ainda mais mal cheirosos?). O alarme de fralda ainda concilia uma pequena luz que emite forte alerta visual (o que facilita a inspeção num quarto escuro).
Para as pessoas mais afetivas e sobretudo aquelas solitárias, a adoção de um animal de estimação é da maior importância. A preferência tem recaído nos cães. Levar o animal para um passeio de automóvel é também uma das rotinas mais comuns. Se tal motorista se esmera na preocupação com sua segurança, porque não estendê-la a seu animal de estimação? Isto, tendo em conta que no caso de uma frenagem rápida, não há esforço de equilíbrio que mantenha o pobre animal em pé ou deitado na posição de origem. Exatamente este cuidado é que está contemplado em outra patente norte-americana, qual seja o cinto de segurança (móvel) para cachorros. O que os autores não incluíram no pedido de patente foi a reivindicação aditiva da inserção de argola/corda no dorso do aparato que atuaria, acessoriamente, como coleira.
Não é incomum que na escovação dos dentes ocorra uma machucadura cruenta de gengivas. Uma variante preventiva de escovação teria que ceder lugar a um cabo de escova que garantisse mais sensibilidade e mesmo melhor acesso à superfície dos dentes e gengivas. Isto foi contemplado noutra patente norte-americana, na qual os dedos servem como suporte para uma escova tipo luva. Os autores reivindicam que até o trabalho materno (paterno?) de escovação de pequenos infantes fica facilitado. Um acessório permite a fixação da luva-escova de forma firme, além de impedir que saliva, água e pasta dentifrícia escorram por toda a mão.
José Domingos Fontana (jfontana@ufpr.br) é professor adjunto junto ao Depto. de Farmácia da UFPR, pesquisador do CNPq e prêmio paranaense em C&T.
Inventado boné com bola repelente anti-insetos
Insetos podem ser extremamente desconfortáveis e ainda mais aqueles hematófagos, como os pernilongos, ou de picada dolorosa, como as abelhas. Não agrada a um pescador ou caçador untar o corpo e rosto com repelentes. Acha-se noutra patente yankee uma solução mais confortável. Uma pequena vara fixada na arte posterior do boné que termina com uma pequena bola absorvente, na qual se aplica o repelente para os insetos.
A prática crescente de esportes levou ao desenvolvimento de roupas e acessórios especializados para esquiadores, ciclistas e pescadores, dentre outros tantos atletas. Não restou bem protegido o motorista de grandes jornadas rodoviárias, sobretudo quanto ao braço esquerdo (direito na Inglaterra!) sujeito à queimadura solar, principalmente quando ele quer aproveitar o frescor do vento apoiando o braço no peitoral de sua janela. Para esta particular proteção se presta a luva modificada.
Você já de seu o trabalho de contar quantas vezes uma criança de tenra idade derruba a colher no chão enquanto aprende o ofício de se auto-alimentar? Caso já tenha prestado atenção a esta irritante estatística, seguramente não verá como tão absurda a patente de suporte infantil de colher. (JDF)