A tecnologia nas convenções da ONU

Mais de 10 quilômetros de cabos interligando 400 pontos de rede; milhares de computadores desktop; câmeras e microfones de última geração; um sistema de segurança de deixar muito ricaço morrendo de inveja. Pois não é só de biodiversidade e transgênicos que se fazem as reuniões da ONU em Curitiba. ?As tecnologias que estão por trás da COP8 MOP3 são as mais avançadas que se pode encontrar no mundo hoje?, afirma Ana Alice da Costa e Silva, diretora da A&L Eventos.

 E a afirmação da empresária não é exagero. A A&L Eventos ganhou a licitação do governo brasileiro para tirar do papel toda a estrutura necessária para o ExpoTrade receber os delegados da ONU, imprensa e observadores. ?Isso quer dizer que somos responsáveis desde a preparação dos cafezinhos até a transmissão da televisão que sai daqui?, conta Ana Alice. A empresária prefere não falar em valores envolvidos para a realização da COP8 MOP3, mas dá para ter uma idéia de que não foi nada barato quando ela revela que 15 outras empresas precisaram ser subcontratadas para conseguir dar conta do recado.

A montagem das redes de computadores, salas de reuniões e cabines de tradução, por exemplo, começou três semanas antes do início da reunião. ?Estávamos no prazo, mas o pessoal da ONU, quando chegou ao Brasil, pediu que o layout das salas fosse alterado. Aí foi uma corrida contra o tempo?, conta Alexandre Maia, da ICS, empresa responsável por, entre outras coisas, montar e operar o áudio, o vídeo, os computadores, a impressão e a tradução simultânea. ?Temos que seguir os padrões e protocolos da ONU. E são poucas as empresas que têm cacife para isso no Brasil?, afirma Maia.

Sofisticação exigida

O som dos microfones utilizados para as discussões, por exemplo, assim como o das cabines de tradução simultânea, não é transmitido por meio de ondas de rádio, como acontece normalmente em eventos desse porte, e sim, por raios infra-vermelhos. ?Dessa forma, o som não sai da sala de onde ele está sendo transmitido. Do lado de fora, não há como se captar o que está sendo dito dentro?, explica Paulo Roberto Esteves, também da ICS.

Cada uma das salas de reuniões é um prodígio tecnológico que pode ser controlado inteiramente das mesas da ICS, que ficam ao fundo, longe da vista de quem está preocupado em discutir os temas das reuniões. De lá se controla desde a luz até o volume dos microfones. Quatro câmeras digitais – três com operadores e uma robô, controlada da mesa – registram tudo o que é dito. O sinal então é enviado a técnicos da Radiobrás – a agência de comunicação do governo federal – que transmite para todo o Brasil o sinal em três línguas: inglês, espanhol e português.

Rede pra lá de segura

Alexandre Gomes, diretor de TI da Redecomm Tecnologia, empresa por trás das três redes de computadores existente no ExpoTrade, diz que a experiência que tem com redes no Brasil o deixou à frente do que a ONU pediu, já que no Brasil invasões de redes são muito comuns. Mesmo assim, diz que o que os participantes têm à sua disposição é o melhor que já viu. ?Fizemos um contrato com a Embratel para um link de internet de 100 Mb, exigência da ONU, o que é mais do que suficiente?, conta. Para se ter idéia, Alexandre conta que os picos de navegação não passam de 5 Mb.

Nos cafés e restaurantes os participantes ainda dispõem de conexões wireless para seus computadores portáteis com a mesma velocidade das redes com cabos. A empresa de Alexandre também foi responsável por instalar todo o sistema de telefonia que os eventos necessitam, com um pabx com 260 ramais.

A segurança do evento também ficou a cargo da A&L Eventos. ?Para preparar a segurança seguimos as especificações e pedidos da Polícia Federal, que nos auxiliou todo o tempo?, explica Ana Alice. Segundo a empresária, desde detector de metais da entrada até os dispositivos de comunicações dos encarregados da segurança são de última geração. ?Mas por motivos óbvios não posso revelar mais do que isso sobre esse quesito?, diz. 

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