Responda rápido: em que outro mercado, senão na internet, a IBM e um vendedor de selos ocupam o mesmo espaço? Esta diversidade decorre diretamente de gênese da internet e provavelmente deverá caracterizá-la por mais alguns anos ou quem sabe para sempre.
A internet, diferente das formas tradicionais de comunicação e mídia, não é de propriedade privada. Ao contrário, ela é a soma das interações dos diversos agentes que dela participam. Na web, rompe-se o hiato entre o emissor e o receptor, escritor e leitor. O internauta passa a ser parte do conteúdo, escrevendo resenhas de livros na Amazon.com., abrindo sua turma na AOL, avaliando um comprador ou vendedor na E-bay ou mesmo criando sua pequena loja na Yahoo Stores.
Aceitar a web como um espaço público permite que as empresas usem melhor a ferramenta para gerar negócios e comunicar-se com seu púbico. Charles W. Lamb Jr., da Texas Christian University, escreve em seu livro Essentials of Marketing – tradução livre:
“Alguns tem comparado a internet com um imenso trade show internacional e ao mesmo tempo com uma feira livre virtual. Um imenso trade show porque compradores de todo o mundo podem encontrar qualquer empresa vendedora, em qualquer canto do planeta, visitá-la, compará-la com seus concorrentes, discutir proposta e fechar negócios. Feira livre virtual porque possui algumas de suas características como ser aberta a todos que querem participar, ser informal e interativa.”
Como conseqüência da informalidade, da variedade de conteúdo e da ausência da posse privada, na internet existe pouco ou nenhum comando sobre o ouvinte/internauta/consumidor. Empresas batem a cabeça tentando reproduzir os mesmos conceitos da mídia tradicional como freqüência, alcance e impacto mas o target não está lendo o jornal ou esperando seu programa de TV começar. Ele está clicando e escolhendo aonde ir. Na Internet, empresas não encontram o consumidor, ele as encontra. A tarefa dos homens de marketing e publicitários é espalhar com eficiência as migalhas de pão para o consumidor seguir.
Uma evidência disSo é que sites de busca e comunidades virtuais transmitem mensagens muito mais eficientes que os antipáticos banners e pop ups que explodem na tela do internauta, atrapalhando sua vida e atrasando sua procura. Atrair consumidores na Internet é uma questão de relevância. Se a empresa oferecer a ele algo que ele procura, ele irá até ela – “construa e eles virão”.
Gustavo Bizelli
é economista, pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente atende a curso de extensão em Marketing e Global Business na Universidade da Califórnia (gusbizelli@aol.com).