Natal é época de paz e alegria, certo? Não dentro das lojas e shoppings centeres. No início de dezembro, o aumento do movimento acarreta nas intermináveis filas. Fila para estacionar, para entrar nas lojas, para comer, para pagar o estacionamento. Além de ter muita paciência (adjetivo difícil de se conseguir depois de um dia inteiro de trabalho), é preciso levar tudo com muito bom-humor para não estragar a festa antes que ela comece.
Para quem não tem nem um, nem outro, a internet apareceu como oásis na vida dos consumidores. A qualquer hora do dia ou da noite, para escolher modelos, cores e quantidade de produtos bastam alguns cliques, digitar o número do cartão de crédito, imprimir o comprovante de pagamento e pronto. É só esperar a campainha tocar e receber a encomenda, embalada para presente.
A facilidade provocou um aumento assustador do número de pessoas que optaram pela forma virtual de ir às compras. Mas com isso vieram também os problemas. Por isso, o jeito é ficar atenta para saber como exigir seus direitos reais em um universo tão pouco palpável. A coordenadora do PROCON- PR Ivanira Gavião Pinheiro dá as orientações:
– identifique a empresa: antes de comprar, certifique-se do endereço, telefone e número de CNPJ. Sempre que possível, procure as grandes redes que descrevem a política de compras on line. Prazo de entrega, forma de pagamento, garantia, informações sobre a possível troca precisam estar especificadas na página. Se você está na dúvida de qual é mais confiável, converse com amigos e conhecidos sobre as experiências deles. Só compre quando tiver certeza de que a empresa emite nota fiscal.
-fique de olho no endereço da home page: alguns golpistas podem “clonar” o portal de grandes empresas mudando apenas uma letra no endereço eletrônico. Por isso, desconfie se a página mudar de uma hora para a outra ou não apresentar um formato compatível com a marca da empresa.
– proteja seus dados: muitas pessoas ainda têm medo de comprar on-line porque imaginam que as informações pessoais podem ser divulgadas em toda rede. Evitar isso é fácil. Só digite seus dados se um ícone em forma de cadeado aparecer no canto inferior da tela. E na hora de criar uma senha, evite as óbvias como data de aniversário ou seu telefone. O melhor é optar por uma seqüência entre 6 e 12 digitos alternando letras maiúsculas e minúsculas.
– na hora da compra: assim como fazemos no mundo real, a pesquisa também faz parte do mundo virtual. Desconfie de sites que não descrevem o produto ou que contenham poucas informações. Para ter certeza de que o produto atende mesmo suas necessidades, entre no endereço eletrônico do fabricante e veja se ele está lá. Na hora de pagar também informe-se sobre o preço do frete. Nos sites de compra e venda é comum que um vendedor faça a intermediação. Veja se o titular da conta é o usuário do site e fique atenta se o depósito aparece em nome de terceiros. Imprima o comprovante de pagamento e a página que contém a oferta.
-na hora de receber: não deixe de abrir a embalagem quando a encomenda chegar. Este é momento para checar se está tudo correto. Veja se o produto é mesmo aquele que você pediu, incluindo a cor, modelo e tamanho. Se não, entre em contato com o a empresa. Você tem sete dias após o recebimento para desistir da compra. A loja deve lhe informar um local onde você possa fazer a troca ou receber seu dinheiro de volta. Mas se o problema for atraso, tenha a sua nota fiscal em mãos e vá até o Procon da sua cidade. Dependendo do caso, você pode receber o valor da mercadoria em dobro. E se ainda sim, se sentir lesada pode entrar com um processo no Tribunal de Pequenas Causas.