Ter uma casa própria é um dos principais sonhos dos brasileiros. Mas quem já tem a sua certamente deseja que ela seja o mais acolhedora, segura e bonita possível e, para que isto se torne realidade, uma alternativa é investir no imóvel, fazendo as reformas necessárias para que ele atenda às necessidades de toda a família e ainda valorize seu patrimônio. Só que reforma não precisa ser sinônimo de dor de cabeça ou de bolso vazio, como muita gente pensa, mas, para que ela dê certo, planejamento e alguns cuidados são fundamentais.
Segundo o arquiteto Rene Remer, uma boa reforma começa pela definição dos objetivos. “A pessoa deve definir que tipo de reforma pretende realizar em sua casa, se é algo mais detalhado, que envolva reparos na parte hidráulica, elétrica e estrutural, ou apenas uma reforma de aparência, com maior atenção à pintura e aos acabamentos”.
Sabendo o que deseja realizar, ele recomenda que o próximo passo seja buscar a ajuda de um profissional especializado, que pode ser um arquiteto ou engenheiro. “Assim, será possível fazer um projeto e uma avaliação das condições atuais do imóvel, verificando o que precisa ser feito, e também calcular o orçamento necessário para a compra de materiais e contratação de mão de obra. Com estas informações, o profissional deve elaborar uma planilha, que liste os serviços a serem executados, seus prazos e os valores de cada etapa”. Remer ainda lembra que, ao contratar um pedreiro por conta própria, a pessoa fica à mercê do conhecimento deste trabalhador. “E isto é arriscado, se não der certo, os erros trarão prejuízo”, alerta.
Para especialistas, vale mais a pena investir um produto simples de marca reconhecida do que comprar algo sofisticado de marca ruim. (Felipe Rosa) |
Segundo o arquiteto, a orientação profissional pode fazer com que a reforma seja mais ágil, econômica, sem desperdício de materiais ou a necessidade de correções do serviço feito. “Muita gente começa uma reforma querendo trocar só os azulejos, mas também é preciso verificar o estado da parte hidráulica da casa, por exemplo. Isto evita ter que quebrar paredes no futuro, para consertar um vazamento. E só os especialistas podem fazer esta avaliação”.
Em uma casa, os quartos e a sala costumam ser mais fáceis de serem reformados, já o banheiro e a cozinha são os ambientes que merecem maior atenção e também os que elevam o custo da obra. “Os banheiros e a cozinha concentram a maior parte da rede hidráulica e elétrica. Eles precisam ser adequados, ter o encanamento e as fiações corretas para receber todos os equipamentos, como chuveiros e louças sanitárias e promover o funcionamento seguro de todos os eletrodomésticos”, explica.
Para evitar aborrecimento e fazer seu dinheiro render mais, Remer dá as seguintes dicas: “Busque sempre qualidade, é melhor comprar um produto mais simples de uma marca reconhecida, que ofereça garantia, do que algo sofisticado de uma marca ruim. Ao reformar, procure manter uma unidade de estilo, ou seja, mantenha as mesmas características, sejam elas clássicas, modernas ou simples, em todos os ambientes da casa. Na decoração, abuse do branco, esta cor que não sai de moda e ajuda a dar uma sensação de ambiente mais amplo e iluminado. Pensar na iluminação também é importante, com ela você realça o ambiente e, com as lâmpadas como as de LED, garante economia em sua conta de luz. E, no caso dos móveis, busque opções nos sites que vendem pela internet, é possível economizar ao comprar móveis que vo,cê mesmo possa montar”.
Escolha bem os materiais
Para o gerente do Balaroti Barigui Maykel Kalinoski, em uma reforma, a escolha dos materiais é uma das decisões mais importantes. “Em termos de materiais de construção, qualidade vem em primeiro lugar, ela gera custo/benefício ao cliente. Um piso de qualidade, por exemplo, pode resistir por mais de 20 anos, já um inferior, feito com menos tecnologia, será mais barato, porém, não irá durar tanto. Em pouco tempo apresentará desgastes e menor resistência ao tráfego, podendo perder cor e brilho, rachar ou quebrar”.
Na parte hidráulica, a orientação é a mesma, escolher marcas mais conhecidas. Com relação à fiação, Kalinoski alerta que a compra dos fios, disjuntores e lâmpadas deve ser feita sob orientação de um especialista. “A fiação deve ser adequada aos equipamentos, quanto maior a amperagem do eletrodoméstico ou chuveiro, maior deve ser a espessura dos fios, para garantir a segurança da casa e de seus moradores. Também é preciso seguir o novo padrão para tomadas e plugues”.
Segundo o gerente, os maiores erros ao comprar material de construção são a escolha dos produtos incorretos, só pensar na economia e não calcular as quantidades necessárias. “A pessoa não pode economizar em itens essenciais, como ferro, cimento, produtos de impermeabilização, são eles que garantem estabilidade e segurança. Ao comprar os materiais, também deve prestar atenção na finalidade e como o produto deve ser aplicado”.
A empresária Thiana Biali, de 30 anos, já aprendeu a buscar e a confiar na qualidade dos produtos. “Eu gosto de qualidade e bom acabamento. Estou ajudando meus pais a se instalarem em sua casa nova e, para comprar o que falta, busco isto nos produtos. Até pode custar um pouco mais caro, mas dura mais. O ideal é tentar conciliar preço bom e qualidade”.