Treinamento de guerra conquista diversos adeptos

Uma modalidade de exercício criada nos Estados Unidos para treinar soldados de guerra vem conquistando cada vez mais adeptos por aqui, principalmente quem não gosta da monotonia da musculação. É o treinamento funcional, ou crossfit, que trabalha em cima do desequilíbrio corporal e visa o melhor desempenho das atividades diárias. Melhora de postura, equilíbrio muscular, diminuição de incidência de lesão, estabilidade da coluna vertebral e das articulações são apenas alguns dos inúmeros benefícios que este tipo de treinamento pode trazer.

No começo dos anos 1990, a modalidade misturava um conjunto de técnicas de reabilitação, atletismo, levantamento de peso e ginástica olímpica, mas hoje o treino é mais amplo. A modalidade chegou há pouco tempo em Curitiba e pode ser aplicada tanto pelo educador físico como por fisioterapeutas, no caso de reabilitação. “A diferença é que o educador físico já pega o aluno apto para praticar exercício”, explica o educador físico, Alejandro Ormeño, que se formou em treinamento funcional no México e dá aulas na Mobi Dick Fitness, primeira a oferecer a modalidade em Curitiba.

Ele explica que essa prática trabalha o corpo de forma completa, ao contrário da musculação, que trabalha um grupo de músculos por vez. O treinamento funcional combina exercícios de força e condicionamento físico. “Os exercícios trabalham o organismo buscando o equilíbrio do centro corporal, chamado de core. Fortalecemos os pontos fracos da pessoa”, diz.

As atividades utilizam movimentos fundamentais, como empurrar, puxar, agachar, e são indicados para jovens, adultos e idosos, que já vêm treinando ou são sedentárias. “Tenho alunos de 13 a 84 anos. Na classe da terceira idade, tenho alunas de 60 a 84 anos. Algumas não faziam nem duas flexões. Hoje fazem 15 sem encostar o joelho no chão”, conta.

Quem está há meses sem praticar exercícios deve começa a treinar individualmente. “Verificamos o nível de coordenação motora do aluno, se ele se atrapalha para fazer os exercícios. Ele precisa conhecer o corpo antes de começar”, afirma.

O treinamento funcional trabalha em cima do perfil e objetivo de cada um. “A maioria dos alunos, sejam homens ou mulheres, querem perder peso e garantir qualidade de vida. Mas há quem busque o treinamento para aumentar massa muscular ou melhorar o condicionamento físico. Em cima desses perfis, criamos os exercícios. Não existe exercício errado, mas a pessoa errada para o exercício”, explica.

No Lifex Institute, que funciona há um ano e meio no Água Verde, 70% das pessoas procuram o treinamento funcional para emagrecer, como conta o educador físico André Albuquerque. Segundo ele, a maioria dos matriculados são mulheres, acima dos 35 anos. Mas também tem gente que procura por outros motivos, como a artesã Maria do Socorro Borges, 54 anos, que quebrou o pé e perdeu muita massa muscular e o movimento dos dedos.

Ela conta que procurou várias atividades até encontrar o treinamento funcional. “Tentei de tudo, pilates, yoga, fisioterapia, mas só com o treinamento recuperei os movimentos. Fico feliz porque antes só andava com sapato fechado e não conseguia colocar um chinelo”, lembra. O treinamento também é indicado para gestantes, pois além de promover o bem-estar também elimina dores durante a gravidez, como na lombar; fortalece, alonga e relaxa a região.

Equipamentos

Para a prática da modalidade, são usados vários aparelhos e acessórios, como fita trx (suspensão), discos de equilíbrio, halteres, anilhas, cordas, sandbags, discos de abdominal, extensores de elástico, bolas e bancos de equilíbrio. Os exercícios são personalizados e “batizados” pelos próprios professores. “Criamos nossa nomenclatura. Aqui associamos os exercícios a nomes de animais para ajudar o aluno a memorizar o movimento”, explica Ormeño.

A monotonia não faz parte d,esse tipo de treinamento. “Cada dia é um treino diferente, é um desafio novo. Na musculação, por exemplo, você já sabe qual é a série que vai fazer e fica nela durante três semanas até trocar de novo”, defende. As mudanças costumam aparecer em 30 dias, mas há casos em que o resultado é instantâneo. “Depende da pessoa. Se ela está com dor e começa a fazer o treinamento, pode melhorar no mesmo dia ou até em uma semana”, explica Albuquerque. Conforme Ormeño, para uma pessoa saudável, que pratica modalidade três vezes por semana regularmente, os resultados podem aparecer 30 a 40% mais rápidos do que se ela praticasse musculação.

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