Setor da beleza atrai cada vez mais interessados

Mercado em franca expansão, o setor da beleza atrai cada vez mais interessados. Uma enxurrada de profissionais começa a trabalhar na área à procura de um espaço. E, diante de tanta concorrência, se destaca quem tem qualificação. Um bom serviço significa mais clientes fiéis. E isto gera rendimentos maiores. “Este é um mercado diferenciado. Qualquer um pode entrar, mas não é qualquer um que chega ao topo”, afirma Emilio Antoniuk, proprietário do salão Sephora Beauty Center, no bairro Bigorrilho.

O salão abriu há dois meses e ele enfrentou dificuldades na hora de contratar. “Encontrei bastante gente. O problema é a qualificação. Muitos começam um curso e, depois de duas ou três semanas, desistem”, comenta. Pelo menos 45 mil profissionais da beleza trabalham atualmente em Curitiba e Região Metropolitana, de acordo com estimativas do Sindicato dos Profissionais Autônomos em Beleza do Paraná. A maioria esmagadora dos profissionais trabalha de forma autônoma.

“Ninguém quer ser registrado em carteira porque consegue um salário maior sendo autônomo. O profissional deve ficar atento e se capacitar para atender as demandas do mercado da beleza. Ninguém fica sem um corte de cabelo ou sem manicure porque hoje isto é uma necessidade”, explica Sandoval Tiburcio, presidente da entidade. Em média, os profissionais que atuam em salões e clínicas recebem 70% do valor cobrado da cliente nos serviços de manicure e 50% nos serviços para o cabelo.

Por ser autônomo, quem trabalha com beleza precisa fazer o planejamento das contas e esperar pelo bom movimento de clientes. “Nosso 13º salário é o mês de dezembro, quando há maior procura por serviços. Com o valor que conseguimos em dezembro é possível programar umas férias”, conta Thaís Morais, depiladora no Sephora Beauty Center. Ela faz, por conta, a contribuição junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Recolho para ter mais segurança”, argumenta.

Quem se prepara para entrar neste mercado de trabalho tem as suas expectativas. A maior parte delas está dirigida para o negócio próprio. “Tenho a intenção de abrir meu salão. Conseguiria unir o útil ao agradável, pois poderia ficar perto dos meus filhos”, relata Sônia Martins Caetano, que está fazendo o curso profissionalizante para cabeleireiros no Instituto Embelleze, no centro de Curitiba. Para Luciana Simão, aluna do mesmo curso, a ideia é trabalhar inicialmente com uma amiga que abriu um salão recentemente. “Depois eu quero abrir o meu negócio”, ressalta.

O mesmo objetivo tem as alunas Delma Maskow e Fulvian Ferraz da Rocha, alunas do curso de estética e cosmética das Faculdades Opet, em Curitiba. “Eu fiz curso de graduação em comunicação e mestrado em teoria literária. Mas resolvi fazer estética porque era algo que eu sempre gostei. Estou no último período e pretendo abrir o meu centro”, revela Delma. A estudante Fulvian, que já atende clientes em casa, também tem o mesmo sonho. “A qualificação dá credibilidade”, salienta.

Cursos pra todos os gostos

Há diversas ofertas de qualificação na área da beleza em Curitiba, tanto para quem já está na área e quer obter o certificado quanto para aqueles que pretendem trabalhar com isto. “Tivemos uma procura grande nos últimos meses e temos alunos que já são profissionais, mas não possuem a formação. São pessoas que querem se adequar às normas. Os próprios clientes prestam mais atenção nisto”, ressalta Gislaine Amora, pedagoga do Instituto Embelleze. Lá, são ofertados os cursos de cabeleireiro, manicure, pedicure, maquiagem profissional, depilação, penteado, design de sobrancelhas e permanentes nos cílios.

E quem já está na área vem cheio de vícios. “Mas a gente tira”, brinca a professora Gisele Santos, do Instituto Embelleze, e cabeleireira há 18 anos. “É preciso teoria e saber todos os motivos, e não apenas prática”, esclarece. Ela conta que já deu aulas para, advogadas, enfermeiras, psicólogas e pedagogas, entre outras. São pessoas que procuram uma oportunidade no mercado da beleza.

No curso de estética e cosmética das Faculdades Opet, o público há cinco anos era formado essencialmente por profissionais do ramo. Hoje, são pessoas que querem entrar no mercado de trabalho. A maioria consegue emprego antes mesmo de terminar a formação. “Temos ao todo 540 estudantes, que têm aula de química, anatomia e nutrição até as atividades práticas em laboratórios”, explica Luciana Sankari, coordenadora do curso. A grade curricular prevê aulas de técnicas de massagem, estética facial, estética corporal, cosmetologia, imagem pessoal e técnicas pré e pós-cirúrgicas.