Ano a ano, apoiadas em muito estudo, aperfeiçoamento e dedicação, as mulheres lutam para conseguir condições de igualdade no mercado de trabalho. Como fruto de seus esforços, parte delas consegue alcançar seus objetivos profissionais, chegando, inclusive, a ocupar altos postos na hierarquia das empresas. Ainda assim, encontramos entre elas, mulheres que, mesmo capacitadas, não se sentem à vontade no ambiente de trabalho, agindo sem segurança e autoconfiança, comportamento que pode impactar a carreira delas de forma negativa.

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Para a diretora executiva da JCS Network Desenvolvimento Humano e Organizacional Carina Daniel, a falta de confiança é um fator limitante, que pode fazer com que as profissionais se arrisquem menos e deixem até de conquistar boas oportunidades. “O número de trabalhadoras que não possuem plena confiança em seu ofício é maior do que o dos homens, aponta o best-seller The Confidence Code, das jornalistas norte-americanas Katty Kay e Claire Shipman. A obra traz uma pesquisa feita pela Hewlett-Packard, que mostra que, em uma disputa interna para candidatura a um cargo da empresa, foi constatado que todas as mulheres que enviaram seus currículos atendiam a todos os requisitos para a vaga, enquanto 40% dos homens enviaram os seus mesmo sem atender às mesmas exigências”.

Portanto, mesmo preparadas, por falta de confiança, muitas mulheres acabam não se candidatando a cargos mais importantes, ao contrário dos homens, que costumam se arriscar, ainda que não tenham o perfil ideal para a vaga. “A mulher sem autoconfiança deixa de participar de processos seletivos e de mostrar sua competência no trabalho, agindo por insegurança. As mulheres precisam agir sem medo de encarar novos desafios. Para que isto aconteça, elas devem passar por um processo de autoconhecimento, podendo contar com a ajuda do coaching ou da terapia”, pondera.

Isso permite que a mulher conheça suas dificuldades, fraquezas, pontos fortes e melhores habilidades. Assim, ela pode focar no que tem de melhor – segundo Carina, é mais fácil e produtivo tornar-se uma expert em um assunto ou área na qual a profissional já possui um bom desempenho, do que tentar ter um rendimento mediano em um aspecto em que ela não seja tão boa. Agindo assim, ela conseguirá reconhecimento pelo que faz de melhor e evitará perda de tempo e de esforços.

Mulheres x Homens

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A psicóloga Denise Lima explica que, para crescer profissionalmente, algumas mulheres se sentem forçadas a agir de forma desconfortável. “Na maioria das empresas, um comportamento mais agressivo e masculino é visto como sinal de autoconfiança e competência. O problema é que esse perfil mais agressivo não é típico das mulheres. E a convivência com pessoas mais agressivas pode gerar insegurança, insatisfação e até medo”.

Denise diz que ter segurança e autoconfiança é quase um pré-requisito básico aos profissionais que atuam no mercado. E que ter carências neste sentido pode ser ruim para a trabalhadora. “Pode ser muito prejudicial na medida em que o mundo corporativo pede por pessoas seguras e autoconfiantes, pessoas fora deste perfil podem ter dificuldades para crescer na empresa e assumir posições de maior destaque”.

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Para se sentirem mais seguras, ela indica que as mulheres deixem de lado o pessimismo, aprendam a ouvir sem supervalorizar as opiniões das outras pessoas, trabalhem o autoconhecimento e compreendam as diferenças.

“Devemos aceitar que somos diferentes dos homens e isso não significa que somos inferiores ou superiores. Nossa sensibilidade, empatia e habilidade de comunicação são muito importantes para o mundo corporativo. As mulheres devem focar em suas habilidades e mostrá-las sempre que possível, aceitando desafios que as inspiram. Sair da zona de conforto nos faz crescer como pessoas e como profissionais”.

https://www.youtube.com/watch?v=jDmaWUGXqvU