Mulheres e olheiras não combinam. Muita gente tem até pavor da região mais escura abaixo dos olhos. A coloração e a profundidade estão entre as principais reclamações de quem se incomoda com elas. Os especialistas afirmam que a genética tem uma grande influência no quadro, que também depende de outros fatores. Segundo a médica dermatologista Mônica Guimarães, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Paraná (SBD-PR), as olheiras podem se destacar pela pigmentação por melanina ou pela função vascular, pois a região ao redor dos olhos possui diversos vasos sanguíneos. “Também há a formação óssea, que deixa a olheira mais funda. Em algumas mulheres, é possível sentir bem esta depressão”, comenta. A profundidade cria uma sombra, o que dá impressão de olheiras mais acentuadas.
Silvia Patrícia de Oliveira, professora do curso de Cosmética e Estética da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), explica que as olheiras também podem aparecer em decorrência de algumas doenças. “A olheira pode ser o indicativo de algum problema de saúde e a procura por tratamentos pode mascarar o quadro. No caso de patologias, as olheiras vêm acompanhadas de outros sinais de abatimento na face”, ressalva. Além destes motivos, o estresse, o tabagismo, a alimentação incorreta e as noites mal dormidas também podem influenciar nas olheiras, pois tudo isso afeta a circulação nesta área do rosto.
A primeira reação de qualquer mulher é mascarar a olheira utilizando maquiagem, o que é apenas um método paliativo. Existem corretivos de diferentes texturas e colorações que podem ajudar a mulher a apresentar um rosto com as olheiras cobertas e que não incomodam por um tempo. Seria normal pensar, então, que tratar as olheiras é a solução. Entretanto, as técnicas disponíveis hoje trazem resultados apenas enquanto a mulher passa pelos tratamentos indicados por um especialista. Ainda não existe uma fórmula que pode eliminá-las.
Algumas medidas mais simples podem surtir efeito e fazer com que a mulher se sinta um pouco mais confortável, como a compressa com água gelada ou com chá de camomila. “Também é possível fazer uma drenagem na região, que a mulher mesmo pode conduzir, para estimular a circulação”, comenta Silvia. Ela não recomenda a utilização de rodelas de pepino nesta ação. “É preciso cuidado com as alternativas caseiras, como o pepino. Ajuda por ser mais frio, mas alguns deles podem trazer substâncias tóxicas junto e causar manchas”, alerta.
Cremes e procedimentos estéticos são algumas das soluções
Os tratamentos que estão disponíveis no mercado para suavizar o aspecto das olheiras devem ser indicados por especialistas, como no caso dos cremes. Os produtos adequados para a região dos olhos podem amenizar o problema. Segundo Silvia, este tipo de cosmético gera uma boa resposta em função da hidratação da pele, que é mais fina nesta área. O creme pode ser passado com leves batidinhas feitas com as pontas dos dedos, para estimular a irrigação da área sob os olhos. A mulher também pode fazer o movimento de deslizar, do canto interno para o externo do olho.
Mônica ressalta que os cremes podem atuar tanto na questão da circulação na região dos olhos quanto na despigmentação das olheiras. Há ainda aqueles que fazem a vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos). Este efeito pode ser obtido também com os aplicadores de cremes que possuem esferas metálicas, pois são mais “geladinhos” e podem ainda fazer uma drenagem na região. “O resfriamento pode até causar um pequeno clareamento momentâneo. No entanto, não dá para esperar milagres. ,Os cremes podem melhorar o aspecto das olheiras, mas somente enquanto estão sendo usados”, declara a médica.
De acordo com Silvia, entre as alternativas para a mulher com olheiras está a carboxiterapia, técnica pela qual é injetado um gás na região com o objetivo de melhorar a irrigação da pele. O tratamento dura várias sessões, quantidade que será definida pelo especialista. “Também podem ser indicados tratamentos com ácidos, para a despigmentação e proporcionar um clareamento”, explica a professora.
A técnica de microcorrentes ajuda na oxigenação e irrigação do tecido de pele na região dos olhos. “Consiste em uma corrente filtrada. A mulher não sente nenhum desconforto”, enfatiza Silvia. Laser e luz pulsada podem ser analisados como alternativa, mas devem ser bastante avaliados antes de receitados para proporcionar condições de respostas positivas. “A luz pulsada pode tratar tanto os vasinhos quanto a pigmentação. O resultado pode ir se perdendo com o tempo”, pondera Mônica.
A médica afirma que os casos de depressão na região abaixo dos olhos podem ser minimizados com as técnicas de preenchimento, utilizando ácido hialurônico. Com isto, há uma mudança sobre como a luz incide no rosto da mulher, diminuindo o aspecto de olheiras profundas e escuras.