Quando a profissional entra no seu ambiente de trabalho, está suscetível a uma “enxurrada” de emoções, vindas da própria atividade que exerce. Alegria, euforia, ansiedade, nervosismo e estresse, entre outros, fazem parte da rotina de qualquer pessoa, assim como as emoções que trazemos de fora para dentro do ambiente de trabalho também. Não dá para separar totalmente os sentimentos porque a pessoa é uma só. Isto fica mais evidente ainda pelo fato de a mulher exercer diferentes papéis ao mesmo tempo. Ela é trabalhadora, mãe, esposa e amiga e “ainda” tem a vida pessoal. Não é tão incomum que as emoções se misturem, mas é preciso ficar atenta sobre como isto pode impactar a sua vida profissional.
Não há problema algum em se emocionar. No entanto, no ambiente de trabalho, nem sempre as emoções são “vistas com bons olhos”. “As emoções não são diferentes em ambientes diferentes. A diferença é que, no ambiente de trabalho, nem sempre isto pode ser tão explícito quanto em outros ambientes”, comenta a psicóloga organizacional e empresária Mariana Bacellar.
Além disto, as características físicas da mulher também influenciam no quadro, impactando no humor da profissional, segundo professor Marcus Garcia, que profere palestras sobre desenvolvimento humano e educação. É o caso da famosa Tensão Pré-menstrual (TPM), por exemplo. “As características fisiológicas influenciam o comportamento da mulher de maneira importante. A mulher precisa compreender e aprender a lidar com isto”, opina.
As emoções de fora e de dentro do trabalho não podem ser separadas e, por isto, pode acontecer o famoso “desconto” em alguém. “Quando a pessoa está ‘intoxicada emocionalmente’, quando reage em função de outro acontecimento, a orientação é identificar de onde vem esta irritação. Se puder identificar, vai facilitar e pode haver a aceitação do grupo. A mulher pode dizer que está irritada e que quer ficar quieta. Se ela não faz isto e se manifesta com irritação, haverá uma menor aceitação e as pessoas podem dizer que não têm nada a ver com isto”, salienta Mariana.
Segundo a psicóloga, a situação pode ficar mais grave para a profissional se ela não consegue identificar o que a deixa irritada. Há emoções que são manifestadas inconscientemente. Neste caso, a mulher deve estar disponível para ouvir o feedback dos colegas. “Se alguém não chama para almoçar, não adianta a mulher achar que todos estão bravos e contra ela. Tem que identificar o que ela está passando para os outros”, opina Mariana.
Em muitos casos, a mulher manifesta suas emoções por meio do choro. Esta não é uma ação voluntária. Segundo Mariana, quando a profissional chora no trabalho, ela pode não ser bem vista na empresa. “Se o choro vier e não houver nada para ser feito, basta falar que se emocionou e tocar a bola para frente”, explica Mariana.
Controle é imprescindível
Segundo Garcia, é importante a mulher tentar controlar as emoções no ambiente de trabalho, o que pode até parecer uma missão difícil, mas não impossível. Isto vale para todas as profissionais, independente de qual seja o cargo que ela ocuap. Neste momento, entra a chamada Inteligência Emocional, que é a capacidade de se controlar emocionalmente e ainda usá-la a seu favor. Esta é uma capacidade que é nata da pessoa ou pode ser desenvolvida, com o objetivo de transmitir autoconfiança, empatia e autocontrole. Isto faz bastante diferença no trabalho, especialmente para quem ocupa cargos de liderança.
Saber lidar com todas estas emoções pode definir a profissional dentro do ambien,te de trabalho. Mariana lembra que há pessoas que possuem talento e todas as competências para desenvolver as suas atividades profissionais, mas as emoções não deixam que ela seja vista desta maneira. “Primeiro, as pessoas pensam como aquele profissional vai reagir antes de falar o que é necessário. Isto já cria um obstáculo no meio do caminho, justamente pela forma de agir da profissional”, afirma.