Depois da vida parcialmente reorganizada, com a entrada do dinheiro do seguro-desemprego e do FGTS, a trabalhadora que foi demitida de seu emprego pode pensar sobre o futuro profissional com um pouco mais de calma. Nas duas últimas semanas, o TDelas trouxe matérias sobre como encarar a demissão e se preparar para o período sem emprego. Hoje, o assunto é a recolocação.
Todas as mulheres têm necessidades e algumas delas podem ficar desesperadas para arranjar um novo trabalho. No entanto, não adianta simplesmente “atirar para todos os lados” para conseguir qualquer vaga. Esta é a recomendação de especialistas em carreira. Mas é possível conseguir logo um emprego e não sentir tanto os efeitos de uma demissão.
Para Gisele Meter, diretora de executiva de recursos humanos, consultora de gestão de pessoas e idealizadora do método Life para desenvolvimento de líderes nas empresas, a velocidade da recolocação depende do que a mulher deseja para a sua vida profissional. “A mulher deve pensar sobre o que ela quer, se ela quer mudar de área ou seguir na carreira. Somente depois disto ela pode traçar uma estratégia para o retorno ao mercado de trabalho”, afirma.
A coach Cibele Nardi enfatiza a necessidade de a mulher analisar se ela tem todas as competências para a recolocação e se ela está atualizada quanto ao que o mercado solicita no momento. “Ela deve definir o que quer, se capacitar e depois procurar empresas e instituições confiáveis, para enviar os currículos para as empresas certas”, aconselha.
Segundo ela, a mulher pode ir procurando a vaga enquanto se capacita. Ela não precisa esperar a formação para depois tentar um posto de trabalho. Gisele concorda, mas sugere que, antes de procurar qualificação, a mulher primeiro identifique o mercado em que está ou quer entrar e o que ela pode aprimorar para não entrar defasada. Entre as alternativas para isto, está a procura por cursos e palestras, que podem incrementar o conhecimento técnico.
Também existem mulheres que preferem “dar um tempo” depois da demissão para descansar um pouco ou tirar umas férias. Cibele comenta que isto pode até acontecer, mas a trabalhadora deve lembrar que é ruim esperar muito para retomar a vida profissional.
“Até porque a mulher vai perdendo os contatos. Você se ausenta e vai perdendo os relacionamentos. Todo risco deve ser analisado. Não dá para facilitar em um mercado de trabalho extremamente competitivo”, comenta.
Rede de contatos é facilitador
Segundo as especialistas, o passo seguinte para a mulher conseguir logo um emprego é acionar a rede de contatos, ou networking, palavra bastante utilizada para classificar os relacionamentos que podem ajudar na vida profissional, principalmente. “O networking pode valer mais do que ter um PhD no currículo”, exemplifica Cibele.
Segundo Gisele, a mulher deve trabalhar o chamado capital social, ou seja, esta rede de contatos que podem ajudar não apenas na recolocação, mas também no aprendizado e na formação de novos relacionamentos. “Não é todo contato que vai fazer uma indicação, mas pode ajudar no conhecimento e tirar dúvidas, além de indicar outra pessoa que pode ajudar. Também é preciso pensar neste foco: um bom contato não é apenas aquele que pode dar uma indicação ou com quem posso fazer negócio”, esclarece.
Identificar quem pode ajudar é essencial no período durante a busca por um emprego. Gisele lembra que não é feio e nem errado contar para quem conhece ou para o seu contato que você está em busca de uma oportunidade. “Trabalhando este capital social, é possível encontrar uma recolocação rapidamente”, avalia.
Imagem pessoal também ajuda
Para Gisele, o terceiro pilar para uma recolocaç&at,ilde;o de trabalho é cuidar da imagem pessoal. E isto não está relacionado apenas com o tipo de roupa usada durante as atividades profissionais. A mulher deve pensar em atitudes e em qual imagem gostaria de passar para colegas e outras pessoas com quem lida diariamente. “A mulher pode usar a imagem de forma estratégica”, orienta. De acordo com ela, a união de imagem pessoal, networking e avaliação da carreira podem aumentar muito as chances de uma recolocação mais rápida no mercado de trabalho.
Apesar do esforço, nem sempre o emprego vem logo e a mulher começa a ficar angustiada conforme o tempo passa. Segundo Cibele, a trabalhadora deve manter pensamentos positivos para que continue motivada nesta busca. “Tudo começa na mente. Tudo o que eu penso facilita ou dificulta as coisas. A demissão pode servir como mola propulsora ou a mulher pode achar que não está preparada. Por isso, é essencial analisar que tipo de pensamento está tendo e cuidar destes pensamentos”, ensina. Quem permite os pensamentos negativos constantes pode ficar estressada, esgotada e até mesmo depressiva, o que não vai ajudar em nada na busca pelo novo emprego.