A chegada da menopausa traz uma série de mudanças para a mulher, representando a entrada na fase não reprodutiva. Há uma queda nos hormônios femininos, o que leva ao aparecimento de sintomas como calorões, irritabilidade, redução de libido e até osteoporose. Tudo começa quando as menstruações ficam irregulares e cessam, o que pode acontecer após os 45 anos. A mulher deve procurar seu médico ginecologista para avaliar a situação e traçar a estratégia para enfrentar esta nova etapa da vida. Uma das possibilidades é a reposição hormonal.

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Especialistas explicam que, com a ingestão dos hormônios (via oral ou com aplicação de gel e adesivos), as mulheres combatem estes sintomas, além de prevenir problemas como o ressecamento vaginal e até a osteoporose, a longo prazo. “A grande indicação para a terapia de reposição hormonal é pela melhoria na qualidade de vida”, explica a médica ginecologista Alexandra Patrícia Nunes Ongaratto, credenciada da Paraná Clínicas.

Cada caso deve ser avaliado juntamente com o médico. “A mulher deve aproveitar a janela de oportunidades para evitar problemas causados pela falta de estrogênio (um dos hormônios femininos). Existem mulheres aptas para a reposição hormonal, mas que por motivos pessoais não querem. E aquelas que gostariam fazer, mas estão inaptas porque possuem problemas como diabetes ou pressão arterial mal controladas”, comenta o médico ginecologista Amauri do Rosário, do Hospital e Maternidade Santa Brígida.

A indicação pela reposição hormonal deve levar em conta os sintomas que a mulher tem, a janela de oportunidades (no período de transição para a menopausa até dois anos depois da última menstruação) e se há contraindicações, de acordo com Alexandra. “Cada paciente tem uma dose específica e uma maneira de fazer a reposição hormonal. Geralmente, as pacientes possuem os sintomas mais intensos em dois anos após a menopausa. Em cerca de 50%, os sintomas continuam por cinco anos e em apenas 8% os sintomas são mais prolongados”, esclarece a médica. Ela afirma que a terapia não deve ser feita para o resto da vida. A reavaliação deve ser periódica.

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Muitas dúvidas no consultório

Amauri do Rosário ressalta que a mulher que se depara com esta necessidade de reposição hormonal deve avaliar todos os fatores relacionados. “Para aquela mulher que está apta e que não quer a reposição, o médico não vai impor, mas ela está perdendo a oportunidade. Os hormônios atuais são mais seguros do que há 20, 30 anos”, declara. Para estes casos, podem ser receitados “hormônios naturais”, mas que possuem apenas efeitos psicossomáticos.

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As mulheres têm muito receio de que a reposição hormonal possa gerar casos de câncer, em especial o de mama. Alexandra lembra que a reposição com estrogênio e progesterona (hormônios femininos) não aumentam os riscos de câncer de mama por até seis anos de uso. Depois disto, há um pequeno aumento no risco. “É quando o médico e a paciente decidem juntos pela continuidade ou não da terapia”, salienta. De acordo com ela, a terapia somente com estrogênio não aumenta o risco de câncer.