Toda mulher é pelo menos um pouquinho fofoqueira, mas este comportamento no trabalho pode ser uma verdadeira armadilha. Participar dessas conversas ou ser alvo delas pode causar impactos na carreira de qualquer profissional. Para especialistas, se uma fofoca chegar até você, a melhor maneira de lidar com isto é não espalhar o que é dito pelos corredores. A fofoca é inevitável, mas não precisa causar problemas em seu dia a dia.  

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Uma pesquisa feita entre os usuários do LinkedIn, rede social de negócios e contatos profissionais, indica que 83% dos entrevistados no Brasil acham que a fofoca excessiva é o fator mais irritante dentro da empresa, contra a média mundial de 62%. Em outros países, situações como trotes e toques para celulares muito altos irritam mais os funcionários.

De acordo com o coach Leonardo Gotti (foto), pesquisas apontam que 40% das conversas dentro da empresa são fofocas. Normalmente, elas surgem a partir de bate-papos informais, na hora do cafezinho ou do almoço. “As fofocas quase sempre são baseadas em fatos inverídicos. Esse tipo de comportamento é o grande ladrão da energia e da produtividade da empresa”, alerta.

O professor Rogério Valério Ribeiro, do Núcleo de Gestão da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), comenta que a fofoca é inevitável e faz parte da rede de rumores que existe em qualquer organização. “Não segue a cadeia da autoridade. A rede de rumores não se limita ao trabalho e vai em qualquer direção”, afirma.

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O professor ressalta que a rede informal de informações muitas vezes merece o crédito dos funcionários em relação aos comunicados oficiais da empresa. “Os gestores, toda vez que tomarem uma decisão, devem procurar passar clareza e lealdade. A empresa deve procurar ao máximo trabalhar com uma agenda aberta, demonstrando tanto as boas possibilidades quanto as ruins”, declara Ribeiro.

Fugindo da ‘rádio-peão’

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Para Leonardo Gotti, os assuntos comentados dentro e fora da empresa podem tomar grande proporção entre os funcionários. O resultado pode ser uma complicação da imagem do profissional alvo dos comentários no mercado de trabalho. A melhor coisa que um funcionário deve fazer é “não dar pano pra manga”. “A pessoa não deve entrar na “rádio-peão”, pois pode acabar sendo vítima”.

Todo profissional deve tomar cuidado com o tipo de comunicação que adota no ambiente de trabalho para evitar transtornos. “Dois dos principais motivos para a fofoca são a inveja e o ciúmes. Não dá para eliminar a fofoca. Se uma pessoa conta a fofoca, você deve fingir que não é com você e não levar para frente”, diz.

O professor Rogério Valério Ribeiro lembra que a integração com os colegas e uma postura fiel a si mesma podem demonstrar clareza nas relações. “Já que a fofoca é inevitável, é preciso verificar as características desta rede informal. Quanto mais conexões dentro da empresa, menos suscetível você é à fofoca. Não passar a fofoca para frente pode colaborar com o clima organizacional”, avalia.

Se a mulher se tornou alvo da fofoca, ela deu margem para isto, na análise de Ribeiro. Por isto, todo cuidado é pouco com comentários dentro e fora da empresa. “O ideal é ser reservada e ter uma postura profissional”, complementa Gotti. Ele revela que, se a fofoca já tomou grandes proporções, vale a pena se expor e comentar o caso com a chefia. Mas, se está no início, uma atitude antecipada pode ampliá-la. Muitas vezes, as fofocas acabam “morrendo” sem muita repercussão.