Calor não combina com gripe. Mas infelizmente isso não quer dizer que ela não vai aparecer. O verão é uma época pouco relacionada a doenças respiratórias, entretanto é cada vez mais freqüente o número de pessoas que acaba indo parar no consultório médico durante as férias para tratar de resfriados, faringites e até pneumonia.
Em janeiro e fevereiro normalmente a umidade relativa do ar está mais elevada e as portas e janelas ficam mais abertas, o que leva as pessoas a acharem que estão menos propensas a desenvolver estas doenças. Ledo engano, os vírus continuam se proliferando. Para se ter uma idéia, metade do atendimento infantil na Santa Casa de São Paulo neste período é de doenças respiratórias. Claro que o número é inferior ao do inverno, em que 80% das pessoas chegam ao hospital reclamando de dores no corpo ou corisa.
O que fazer então? Ter cuidados especiais. Quem já sofre com asma ou outras doenças crônicas precisa estar ainda mais atento a mudanças bruscas de temperatura, fortes odores, mofo e pelos de animais.
Já quem não costuma conviver com estas crises, deve se preocupar com um aparelho que costuma estar ligado em quase todos os ambientes fechados: o ar-condicionado.
Ele pode ser o responsável pelo aparecimento da rinite alérgica e da asma, pois deixa as vias aéreas mais vulneráveis, ressecando o muco protetor. Além disso, se não for higienizado adequadamente, favorece a proliferação de ácaros, fungos, mofo e bactérias que se acumulam nos ductos se misturando ao ar. Estas micro partículas invadem as vias aéreas criando lesões inflamatórias e infecciosas, como as pneumonias ou alergias.
Segundo o médico Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), José Eduardo Delfini Cançado, um adulto gripado que trabalha num escritório fechado, com ar-condicionado, pode disseminar o vírus para aproximadamente 70% das pessoas do mesmo ambiente.
Mas os mais atingidos por estes problemas são as crianças. Isso porque a imunidade delas é mais baixa. “Há mais de cem tipos do Rinovírus, principal causador do resfriado. Então, considerando que as crianças, pelo seu tempo menor de vida, tiveram contato com poucos a chance de adquirir um resfriado é muito maior”, pondera o dr. Kiertsman.
Os pequenos podem recorrer à vacinação se os episódios forem muito freqüentes. Além disso, assim como os adultos, precisam seguir algumas recomendações como:
– Evitar locais fechados, grande concentração de pessoas, por tempo prolongado.
– Tratar a alergia ou resfriado assim que ela aparecer.
– Praticar algumas atividade física para melhorar a respiração e a saúde.