Cálculo renal, pedras nos rins ou urolitíase são três nomes da mesma doença que muitas vezes só é detectada em seu estágio mais doloroso, quando as pedras formadas nos rins se descolam para a bexiga e provocam dores muito fortes conhecidas como cólicas renais.
De acordo com o médico nefrologista da Fundação Pró-Renal João Luiz Carneiro, o cálculo renal é formado pelo depósito de cristais nos rins provocados pela saturação da urina, que, com o tempo, resulta em uma pequena pedra dura e consistente, difícil de ser quebrada. “Os cálculos renais, em 80% dos casos, são formados por cálcio, mas também há outras substâncias, como ácido úrico e cistina, que podem provocar a doença, ainda que em menor frequência. Os cálculos podem ser assintomáticos e passarem despercebidos ou serem extremamente dolorosos, quando há o deslocamento da pedra pelo ureter”.
Atingindo uma em cada 11 pessoas, os cálculos renais são mais frequentes nos homens, mas a diferença na incidência da doença entre eles e as mulheres é muito pequena. Segundo o médico urologista do Hospital Santa Cruz Osny de Barros Junior, elas teriam o hormônio estrogênio como um fator protetor, mas hábitos da vida moderna, como o sedentarismo, trabalhar em ambientes que podem levar à desidratação, alimentação feita à base de alimentos fast food e ricos em sódio (como os refrigerantes), vêm fazendo com que os casos sigam aumentando, enquanto com os homens, a tendência seja de estabilidade. “Entre as mulheres, também temos as gestantes, que merecem atenção especial. Elas não podem tomar medicamentos que poderiam ser indicados e nem serem expostas à radiação utilizada em alguns equipamentos, pois isto poderia prejudicar o feto”.
Para confirmar o diagnóstico das pedras nos rins, o urologista explica que faz um exame clínico, avalia o histórico do pacientes para verificar se há casos na família e também requisita alguns exames, como os de urina, sangue e ultrassom. “Dores lombares súbitas, que irradiam para a parte inferior do abdômen podem ser indícios de cálculo renal em deslocamento. Além da dor, a presença de sangue na urina, aumento na vontade de urinar ou da sensação de que a bexiga não se esvaziou totalmente, náuseas, vômitos e febre podem ser outros indícios de pedras nos rins”.
Gerson Klaina |
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Hábitos modernos estão fazendo com que as mulheres sofram mais de cálculo renal. |
Hábitos suadáveis previnem
O tratamento para a eliminação dos cálculos varia de acordo com o tamanho das pedras. “Cálculos pequenos com até cinco milímetros podem ser eliminados de forma espontânea, passando pelo ureter, bexiga e uretra, ainda que provoquem dor. Pedras um pouco maiores podem ser fragmentadas com a litotripsia extra ou intracorpórea, técnica que utiliza um aparelho de ondas eletromagnéticas que encosta na pele e com as ondas quebra as pedras, que depois também são eliminadas”, diz Barros Junior.
Já as pedras muito grandes, com tamanho acima de um centímetro e meio (coraliformes), segundo o urologista, podem ser tratadas por meio de cirurgia chamada de nefrolitrotripsia percutânea, que instala uma sonda dentro do rim e aplica energia que fragmenta a pedra, que depois é aspirada pelo equipamento.
E em termos de cálculo renal, de acordo com os especialistas, a adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para prevenir a formação das pedras. Entre, os cuidados mais importantes, estão o aumento na ingestão de líquidos (água e sucos naturais), diminuição do consumo de sódio (presente em alimentos e também em bebidas industrializadas), prevenção da obesidade e prática regular de atividades físicas (exercícios podem facilitar a movimentação, deslocamento e eliminação do cálculo).