O vírus HIV, cuja epidemia encontra-se em plena expansão, já infectou cerca de 34 milhões de pessoas no mundo. Estimativas apontam que 10 milhões desses indivíduos estão na faixa etária de 15 a 24 anos, com a tendência de aumento da taxa de prevalência da infecção em jovens.
Indicadores de diversos contextos envolvendo jovens e DSTs apontam o grupo com prioritário aos empreendimentos e estratégias de proteção e prevenção de tais doenças.
O artigo “Fatores associados à infecção pelo HIV/AIDS entre adolescentes e adultos jovens matriculados em Centro de Testagem e Aconselhamento no Estado da Bahia, Brasil”, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva ano passado, traça os fatores relacionados à prevalência da enfermidade nesse grupo. A autoria é da pesquisadora Bianca de Souza Pereira e colegas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
A pesquisa avaliou o teste sorológico para HIV de 3768 jovens, de 13 a 24 anos, realizados no Centro de Referência Municipal em DST/HIV/AIDS do município de Feira de Santana.
Os pesquisadores descobriram que 1,94% de tais jovens foram diagnosticados como soropositivos, sendo a maioria do sexo feminino (73,1%), parda (70-80%), com oito ou mais anos de escolaridade (60-80%), residentes em Feira de Santana (83-97%) e na zona urbana (95-100%).
Os resultados também revelaram que, entre as jovens, há maior proporção de soropositivas entre as casadas ou em união estável. As mulheres acometidas pela imunodeficiência também apresentavam ocorrência mais elevada de uso de drogas e álcool.
Entre jovens masculinos, os homossexuais e bissexuais apresentaram prevalência mais elevada em relação ao heterossexual – enquanto, dos 86 heterossexuais, apenas 15 foram considerados soropositivos, todos os 14 homossexuais ou bissexuais apresentaram a doença. Além disso, a proporção da prevalência de outras DSTs em soropositivos (70%) foi aproximadamente três vezes e meia maior do que em soronegativos (21,3%).
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)