A tenente Caroline Costa, comandante da primeira unidade Paraná Seguro (UPS), no bairro Uberaba, está à frente de uma equipe com 59 policiais militares. A tenente Costa se torna um exemplo de como as mulheres podem alcançar postos de comando dentro de uma importante corporação como a Polícia Militar do Paraná.
– Como surgiu o interesse em entrar para a PM?
Estudei desde os 10 anos na Escola da Polícia Militar e meu pai é policial militar, hoje na reserva, há um ano. Como estou há 10 anos na PM, ele ainda estava na ativa. Foi por exemplo dele. Resolvi fazer vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para a PM e passei com 17 anos, na primeira tentativa.
– Houve dificuldades no início da carreira?
A experiência com o colégio e também da vivência com meu pai policial militar facilitaram um pouco. Quando estudava, só tinha meninas. Quando entrei na Academia, dos 20 cadetes, 17 eram masculinos. O público feminino era um efetivo reduzido. Senti este impacto no primeiro momento.
– A participação da mulher na PM tem aumentado?
Desde 1978, quando houve a autorização para a mulher entrar na PM, cada vez mais há procura. A população tinha em mente que para ser policial precisava ser homem. Já existe esta mudança de conceito e isto tem chamado mais mulheres.
– Como foi a sua trajetória até chegar ao comando da UPS?
Por um bom tempo, as mulheres que entravam na PM iam para funções apenas administrativas, e não na prática do policiamento na rua. Me senti muito feliz por ser uma das poucas mulheres em comando. Na UPS do Uberaba, comando 59 policiais masculinos. Fico lisonjeada de, em 10 anos de carreira, conseguir quebrar a barreira de uma mulher ser comandante de uma tropa.