Mulheres de sucesso: a imortal Chloris Casagrande

Quem a ouve pelo telefone, nem imagina que Chloris Casagrande Justen tenha 90 anos. A voz parece a de uma jovem de 20 anos, assim como sua disposição para participar de tantos eventos culturais. Atualmente, ela é presidente da Academia Paranaense de Letras e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, que está completando 80 anos. No entanto, sua vida sempre esteve ligada às artes e à educação. Aqui no TDelas, ela conta um pouco de sua trajetória:

– Como se deu o seu envolvimento com a cultura, as artes e a educação?

Sempre tive uma vida muito envolvida com a comunidade, principalmente por lecionar desde muito cedo e ter um marido que me incentivou a fazer muitas coisas. Mesmo em uma fase em que não pude lecionar, quando nos mudamos para o interior do estado, logo no início do casamento, continuei lendo e estudando muito. A cada livro de Direito que meu marido comprava para ele, ele comprava um de Filosofia ou Sociologia para mim.

– E como foi que a senhora voltou a lecionar?

Depois de alguns anos morando no interior, nós viemos para São José dos Pinhais, onde eu comecei a dar aulas na Escola Normal. Pouco tempo depois, fomos para Ponta Grossa, onde passei em um concurso para lecionar também, mas depois, voltamos para Curitiba e decidimos que eu ia parar de dar aula porque meu marido foi promovido. Acontece que, nessa época, encontrei o diretor do Instituto de Educação do Paraná e ele me convenceu a voltar a lecionar.

-E quanto tempo a senhora trabalhou no Instituto?

Trabalhei lá até me aposentar. Durante a Ditadura, houve até uma época que fiquei à disposição da Secretaria de Educação porque os militares me consideravam uma líder negativa. Eles queriam que entregássemos o arquivo de todos os alunos e eu me opus. Mesmo assim, continuei dando aula. Antes de me aposentar, porém, meu marido me disse , um dia, que era para eu dar meus documentos para ele que ele ia “ajeitar minha vida”. E fez a inscrição do vestibular, para eu fazer Pedagogia. Até então, eu não tinha curso superior.

– E depois de se aposentar, quais foram as principais atividades das quais participou?

Primeiro, fiz parte do Conselho Estadual de Educação. Depois, entrei para a Academia Paranaense de Letras (fui a terceira mulher a ser entrar para o grupo e, mais tarde, a primeira a ser presidente). Agora, também estou como presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura. Quando olho para trás e vejo que estive envolvida em tantos projetos, ficou muito feliz por ter feito parte dessa evolução da mulher na sociedade.

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