Há pouco tempo, o grande sonho de consumo de muitas mulheres era aumentar as mamas. Isso gerou uma corrida aos consultórios de cirurgia plástica, à procura das tão desejadas próteses de silicone.
Dados da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética mostram que, em 2013, foram realizadas no país 112.838 cirurgias de redução da mama. Só no Brasil, dados mais recentes mostram que, em 2013, ocorreram mais de 140 mil cirurgias de redução de mama, enquanto o número de operações para colocar implantes foi de 226 mil. Isso fez com que o Brasil se tornasse, no ano de 2014, o país com o maior número de cirurgias plásticas estéticas do mundo.
Implantes de 300, 400 é até maiores eram os preferidos. Era comum o arrependimento por não ter colocado um volume mais avantajado e, depois de algum tempo, a moça retornar para um novo aumento.
Como as tendências são cíclicas e dinâmicas, isso vem mudando. “Hoje recebo pacientes querendo volumes de próteses bem menores do que há um ou dois anos”, comenta o cirurgião plástico Eduardo Kanashiro, da Clínica Due.
O médico informa que tem sido muito comum, atualmente, as mulheres o procurarem para diminuir o tamanho dos implantes. “Quando isso acontece, pode existir um excesso de pele que precisará ser retirado”, explica Dr. Eduardo. Nesses casos, é realizada a mastopexia, ou seja, o levantamento das mamas, através da retirada da pele excedente e com cicatrizes resultantes que podem ser desde apenas ao redor da aréola, em alguns casos, até o tradicional “T” invertido. Tudo depende da quantidade de pele a ser removida.
Os números mostram que as mamas menores têm virado tendência. “Até o ano passado, a quantidade de pacientes que trocavam as próteses por menores era praticamente zero. Só neste ano, porém, tenho feito isso quase todo mês”, exemplifica o cirurgião.
Segundo o médico, os motivos pelos quais as mulheres buscam a redução são inúmeras. “As que já tiveram a experiência de ter mamas grandes e agora, talvez em busca de mais leveza e praticidade, procuram a diminuição do peso das mamas para que se sintam mais magras e tenham mais liberdade para a prática de atividades físicas. Outras viram os seios ficarem mais flácidos com a idade (o que aconteceria com ou sem prótese, diga-se de passagem) e preferem aproveitar a nova cirurgia para mudarem a silhueta para algo mais discreto”. A indicação do Dr. Eduardo Kanashiro, além da estética, é a diminuição do peso das mamas para aliviar a tensão muscular das costas e ombros, proporcionando melhor qualidade de vida.
Quanto as adolescentes, elas podem fazer a redução desde que tenham alguma indicação médica, como problemas de coluna ou grave distúrbio psicológico. “Sempre que possível, preferimos aguardar o fim da puberdade para que não haja a possibilidade da mama continuar se desenvolvendo”, explica o especialista.
Porém, a melhor fase seria aquela em que a mulher, após a puberdade, se incomoda com a condição e têm os recursos, a saúde e o tempo para sua realização, mas alguns fatores devem ser levados em consideração. “Se ela está pensando em engravidar em breve, por exemplo, o ideal é que aguarde o final da amamentação para já corrigir a eventual flacidez que poder advir. Da mesma forma, se a candidata à cirurgia está acima do peso, sempre indicamos que ela emagreça antes de operar, pois, se deixar para fazer isso depois, fatalmente haverá algum grau de perda de resultado da sustentação”, conclui o médico.