Já passou o tempo em que mulher tinha que, necessariamente, usar roupas e acessórios cor-de-rosa. O mercado da moda está de “antenas ligadas”, buscando novidades para as garotas que têm um estilo mais alternativo e vestem roupas fora do padrão “patricinha”. Mas, na adolescência, a opção de vestir-se diferente das amigas ainda pode gerar uma crise de identidade. As meninas que se sentem mais bonitas e confortáveis com uma roupa que não é a mesma da utilizada pelo grupo de garotas com quem convivem precisam de coragem para aceitar quem realmente são.

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Aos 13 anos, Pollyanna Rafaela Correia (foto) enfrenta esse problema todos os dias. Filha de um casal de fãs de rock, ela gosta de maquiagem escura, camiseta preta, calça jeans e tênis, em qualquer ocasião. Se a camiseta for de banda, melhor ainda. Ela diz que as referências dentro de casa fizeram a diferença para ela tivesse certeza do que gosta, mas que essa escolha gerou alguns desapontamentos. “Acho que sou vista como uma garota estranha… As pessoas sempre foram acostumadas a ver garotas de rosa, saia, sapatinhos e acessórios bonitos, e ver alguém igual a mim é diferente”, desabafa.

Ela conta que sofre preconceito por parte de outras meninas, aguentando apelidos de mau gosto, e também se preocupa com o sexo oposto. Não se sente “feminina” como as outras garotas, e acha que os meninos da mesma idade não se interessam por pessoas como ela. Nada disso, entretanto, faz ela querer se vestir de forma diferente, porque é de preto que ela se sente bonita quando se olha no espelho. Mesmo com as dificuldades, para a psicóloga clínica e personal coach Izabela Neves Freitas, o que importa é essa postura: estar bem consigo mesmo.

“Quando a escolha é acertada, feita como opção por estilo de vida ou gosto musical e isto está bem resolvido, o padrão estipulado pela sociedade não aparece como limitante para ela seguir com seu visual. Estilo vem de dentro para fora, revela a forma de expressar-se para o mundo”, explica. Muitas adolescentes abandonam o rosa porque a cor está atrelada à infância. “O rosa é um clássico e hoje é usado pela jovem que é mais sensível, mais introvertida. Até alguns anos atrás, a mãe dizia o que ela ia vestir, mas, hoje, elas têm muito poder de decisão”, diz a professora do curso de moda da Universidade Positivo (UP) Caelen Teger.

Lojas

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Outro problema para Pollyanna é conseguir encontrar as roupas que mais gosta para comprar. “É realmente impossível achar roupas do meu gosto em qualquer loja. Já estou acostumada, mas vejo que algumas garotas conseguem achar uma roupa legal bem mais rápido que eu. Às vezes, eu vou a uma loja normal, mas geralmente vou a lojas com acessórios ou camisas de rock”, revela.

Mas, segundo a consultora de moda e professora da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Nellifer Salvatierra, há várias lojas em Curitiba para o público alternativo principalmente na região do centro histórico, no Largo da Ordem. “É claro que você não vai encontrar muitas roupas alternativas em lojas de shopping, apesar de que âncoras como C&A e Renner já exploram mais esse mercado”, diz. Para Caelen, o mercado alternativo tem muito a crescer. “Hoje temos lojas dedicadas ao público alternativo, mas é um mercado ainda pouco explorado”, opina.

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