Celulite. É só observar a reação de qualquer mulher ao ouvir essa palavra para ver como o assunto mexe com o psicológico delas. Afinal, todo mundo tem alguns furinhos dos quais quer se ver livre. Mas o que muita gente não sabe é que o tratamento da celulite não é apenas uma necessidade estética. Ela deve ser tratada por todas as pessoas que a têm, pois é uma manifestação de problemas circulatórios.
“A celulite é uma manifestação em forma de edema que acomete o tecido adiposo, mais gorduroso do corpo, sendo proveniente de uma alteração circulatória”, explica a fisiterapeuta Dermato-Funcional e professora de Estética Corporal da Faculdades Opet, Tatiana Bertacin. Ela ainda faz um alerta a respeito da necessidade de tratamento. “No início, a celulite se manifesta brandamente, mas depois ela pode evoluir, chegando a casos em que a pessoa sente dor, por estar comprometendo a parte nervosa do tecido”.
Existem quatro graus de celulite, variando desde a mais branda até a mais severa. “É preciso procurar um profissional que tenha formação especializada para identificar o nível em que a pessoa está e indicar o melhor tratamento. A drenagem, por exemplo, só serve para casos mais brandos. Nos mais severos, é preciso associá-la a aparelhos”, orienta Tatiana. No entanto, quando a celulite já está no grau 4, o tratamento deve ser feito com um médico, podendo incluir até intervenção cirúrgica.
De acordo com Tatiana, o problema atinge principalmente as mulheres porque a própria estrutura do tecido no sexo feminino interfere na sua formação. “No homem, a celulite é falsa, já nas mulheres, além de a composição histológica do tecido ter mais facilidade para apresentar essa alteração, o hormônio estrogênio também contribui para isso”, comenta. Segundo a fisioterapeuta Dermato-Funcional da clínica Siluets, Renata Bassani, o problema atinge de 85% a 98% das mulheres em todas as etnias na fase pós-puberdade.
Além das particularidades do tecido e dos hormônios, há muitas outras causas. “Há fatores predisponentes, como genéticos e desequilíbrio hormonal, fatores determinantes, como estresse, fumo, sedentarismo e maus hábitos alimentares, e fatores condicionantes, como perturbações hemodinâmicas locais”, esclarece Renata. Aliás, o próprio nome “celulite” está errado. “O sufixo “ite” é um indicativo de inflamação, o que não define o verdadeiro significado desta patologia. O nome mais adequado é Fibro Edema Gelóide (FEG)”, explica a fisioterapeuta.
Tratamentos
São muitas as formas de tratamento da celulite, mas elas só agem em relação às suas manifestações, não às suas causas, e todas devem ser associadas a hábitos saudáveis. Café, refrigerantes, doces, roupas apertadas contribuem sim para sua formação, enquanto exercícios físicos ajudam a manter o resultado dos tratamentos, apesar de não resolverem sozinhos o problema.
As possibilidades são corrente galvânica, eletrolipoforeses, dermotonia (mais conhecido como endermologia), ultra-som, drenagem linfática, massagens ativadoras, tratamento tópico, radiofrequência e carboxiterapia. Dependendo do grau da celulite, os tratamentos podem ser combinados entre si para melhores resultados. Segundo Renata, são necessárias pelo menos dez sessões para observar os primeiros sinais de melhora. Cada sessão pode custar de R$ 50 a R$ 300, variando de acordo com a tecnologia utilizada.
