A queda da imunidade da mulher durante a gravidez e a consequente diminuição do sistema de defesa do organismo contra vírus e bactérias pode se tornar um fator de risco para a gripe, principalmente nas estações mais frias do ano.
De acordo com Jurandir Passos, especialista em ginecologia e medicina fetal que integra o corpo clínico do Laboratório Frischmann Aisengart, para evitar complicações para a mãe e o bebê, o ideal é que o tratamento inicie até dois dias após os primeiros sintomas.
“Se não tratada adequadamente, a gripe pode evoluir para quadros de inflamação grave das vias aéreas, pneumonia viral ou bacteriana e, em casos mais raros, insuficiência cardíaca. Para as gestantes, qualquer complicação pode significar um aumento do risco de aborto ou parto prematuro”, destaca o especialista.
Muitas vezes o tratamento é prejudicado porque a mulher não busca ajuda ou não segue os cuidados corretos. “A confusão entre resfriado e gripe acontece. Por isso, ao notar sintomas como febre, coriza, dificuldades para respirar e realizar atividades do dia a dia, é indicado procurar um médico”, recomenda Passos.
Além da queda da imunidade, o sistema respiratório da gestante também pode ser alterado com o crescimento do útero e o consequente aumento da barriga. A mulher pode ficar com a respiração mais superficial e ter a expansão pulmonar diminuída, o que pode dificultar a respiração quando a gripe leva a complicações, como a pneumonia.
Gripe após o parto
Quando a mãe se contamina com o vírus da gripe após o nascimento do bebê, os cuidados devem ser redobrados para evitar a transmissão ao recém-nascido. “A utilização de máscaras respiratórias específicas para vírus, evitar tossir ou falar perto da criança e lavar bem as mãos são algumas dicas. Em alguns casos, recomenda-se até o isolamento da mulher”, afirma Passos.
O médico explica que, após o parto, o bebê pode ser contaminado e sofrer com complicações, já que seu sistema imunológico é mais frágil nos primeiros meses de vida.
Quanto ao tratamento, a gestante pode e deve se medicar para evitar possíveis complicações, mas nunca sem a ajuda de um especialista, pois algumas substâncias podem ser prejudiciais ao desenvolvimento do recém-nascido.
Para evitar o contágio em qualquer período da gestação, a vacina ainda é a forma mais eficaz de prevenção, e pode ser tomada durante a gravidez. “Muitas mulheres deixam de se vacinar por acreditar que o vírus pode infectá-las ou ao bebê.
Mas isso é impossível de acontecer, já que a vacina contém partes da cápsula viral e não o vírus atenuado. Portanto, é incapaz de transmitir a gripe”, finaliza o ginecologista.