A grande questão que gera discordância sobre a presença das doulas no centro cirúrgico entre entidades e profissionais da saúde, é que em um ambiente estéreo, mais uma pessoa gera risco ao procedimento do parto.
As doulas são as acompanhantes de parto profissionais, responsáveis pelo conforto físico e emocional da parturiente durante o pré-parto, nascimento e pós-parto.
A lei que está para ser sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet prevê a permissão da presença de mais uma acompanhante para as grávidas em maternidades, casas de parto e hospitais de Curitiba, além do marido. Médica ginecologista há 30 anos, doutora Maria Letícia Fagundes é a favor da presença das doulas, desde que haja um preparo destas mulheres para enfrentar o procedimento do parto.
“Se pensarmos que estamos em um ambiente estéril como um centro cirúrgico e de alto risco de contaminação, ter mais uma pessoa além do marido da grávida é sempre um risco. Porém, com capacitação das doulas na área da saúde, a importância dela aumenta no suporte à grávida e também à equipe de enfermagem e do médico. Para nós, como médicos, é importante termos a tranquilidade de que aquela pessoa extra na sala de parto vai saber agir de forma correta em momentos de crise, de emergência e não será mais um fator de preocupação durante o processo inteiro que já tem alto nível de tensão. Sou a favor sim da doula, tenho visto resultados positivos em hospitais da cidade, porém desde que haja um programa de capacitação destas pessoas”, explica a especialista que além de médica ginecologista e legista é presidente da ONG MaisMarias que defende os direitos da mulheres.
Se não for sancionada ou se for vetada total ou parcialmente, a lei volta para Câmara Municipal para ser promulgada pelo presidente da Casa. Nesse caso os vereadores irão votar para manter ou derrubar os vetos.