A gestação entre mulheres obesas merece atenção especial pois essa condição traz mais riscos de complicações para mãe e criança. Estudo publicado na Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto explica que, por causa disso, gestantes obesas necessitam, inclusive, de maior quantidade de exames pré-natais.
“O aumento do IMC está relacionado com o aumento na indicação de cesárea, infecções na ferida cirúrgica, hemorragias e fetos macrossômicos e com anomalias. Ressalta-se ainda a possibilidade de filhos de mães obesas apresentarem, já na adolescência, distúrbios relacionados à síndrome metabólica”, diz o texto.
O artigo também explica que mulheres obesas têm maior risco de desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. Além disso, a obesidade está relacionada a hipertensão arterial sistêmica e doença cardiovascular. Também, dizem os autores, a esteatose hepática, presente em grande parte das pacientes com obesidade grau III, pode tornar mais grave a evolução de doenças hepáticas associadas à gestação.
“O excesso de tecido adiposo pode promover ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumento do tônus simpático, além de estar associado à produção de fatores procoagulação e disfunção endothelial”, diz ainda o texto.
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo trabalho afirmam no artigo intitulado “Gestação e obesidade: um problema emergente”, “a obesidade é um problema de saúde pública que deve receber atenção especial por parte das autoridades de saúde.
A verdadeira pandemia que vem se instalando não respeita fronteiras: é realidade tanto em países desenvolvidos, como naqueles ditos em desenvolvimento. Como consequência, o número de grandes obesas gestantes que procuram os serviços de obstetrícia em nosso país vem crescendo, tornando necessários investimentos em materiais específicos para atendê-las, como macas, instrumentos cirúrgicos e cadeiras”.
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)