Para a maioria dos trabalhadores, as férias são o período mais aguardado do ano. Mas, para algumas pessoas, elas são sinônimo de ansiedade e insegurança. Entre as causas que geram este medo, estão o receio de perder o emprego, de que alguma decisão importante seja tomada durante sua ausência, ou ainda, preocupação por ver seu trabalho sendo realizado por outra pessoa.

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Quem adia este descanso por muito tempo pode acabar sofrendo consequências físicas ou emocionais. A pessoa que não tira férias pode apresentar baixa produtividade, pode ficar estressada, desanimada e até mesmo doente. É o que afirma a coach e consultora organizacional Mariana Stachiu. “Tirar férias é fundamental. É neste momento que renovamos nossas energias, para mais um ano de trabalho movido à motivação e criatividade”, diz a consultora.

Segundo Mariana, os profissionais que mais têm medo de se afastar do trabalho são os que têm grande responsabilidade na empresa ou que ocupam cargos de liderança. Mas o problema pode atingir pessoas que atuam em qualquer área e posição. A consultora lembra que é importante pensar nas férias, não deixando de aproveitar este que é um dos direitos do trabalhador, independente de sua profissão.

No caso das mulheres, o período de folga pode ser ainda mais complicado, pois, muitas vezes, é preciso se programar para poder curtir as férias na companhia dos filhos e do marido, na mesma época do ano. Para aproveitar os dias livres sem sofrimento, a consultora recomenda que o funcionário planeje suas férias e organize seu trabalho antes de sair para descansar ou viajar. “O ideal é concluir projetos e ensinar o trabalho a quem irá o substituir. Isto ajuda no bom andamento das atividades enquanto você estiver fora”, recomenda Mariana.

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No caso das mulheres que trabalham como autônomas, o melhor é organizar a agenda e as finanças para tirar pelo menos duas semanas de folga todos os anos. “A autônoma precisa perceber que as férias são necessárias. São elas que fazem com que o corpo e o cérebro descansem, trazendo novas ideias e maior disposição na volta ao trabalho”, comenta.

Para quem trabalha com carteira assinada, vale o que determina a legislação. De acordo com o advogado trabalhista Fabrício Gonçalves Zipperer, a Constituição Brasileira e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) determinam que os trabalhadores tenham direito a gozar férias de 30 dias a cada 12 meses trabalhados, o chamado período aquisitivo.

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Após este período, a empresa tem até 12 meses para agendar e conceder as férias (período concessivo). Assim, o trabalhador não pode passar mais de dois anos sem sair de férias, caso continue trabalhando na mesma empresa. O advogado ainda lembra que as férias são um direito que deve ser cumprido. “A empresa não pode obrigar o funcionário a trabalhar sem direito a férias e nem o trabalhador pode se negar a tirá-las”.

No caso de férias coletivas, o funcionário deve aderir, seguindo o contrato que tem com a empresa. Outra situação comum é a venda das férias. Neste caso, o trabalhador tira 20 dias de férias e recebe em dinheiro o valor correspondente aos dez dias restantes, mas isso também depende da empresa (algumas não permitem essa prática).

De malas prontas

Quando se pensa em férias, a primeira ideia que vem a nossa cabeça geralmente é viajar. E até na hora de sair de viagem homens e mulheres têm hábitos diferentes. Segundo a pesquisa Férias Marcadas, feita pela consultoria Harris Interactive sob encomenda para a agência online Expedia, os homens brasileiros costumam tirar mais dias de férias do que as mulheres. Cerca de 70% dos homens disse ter entre 21 e 30 dias de folga por ano. Ter mais do que um mês para descansar &eac,ute; um privilégio para apenas 8% deles. Ainda de acordo com a pesquisa, 65% das mulheres têm entre três semanas e quatro semanas livres e apenas 3% saem por mais de 30 dias.

O estudo, que ouviu 8687 viajantes de 22 países da América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e Austrália, ainda mostra que eles têm mais recursos para viagens do que mulheres – 69% dos homens afirmaram ter uma boa situação financeira, enquanto, entre elas, este número é de 51%. Além disso, não marcar férias para receber os dias não utilizados em dinheiro é a preferência delas. Outra importante diferença é que a maioria dos homens (53%) possui passaporte e mais da metade das mulheres não têm o documento exigido para viagens internacionais. Já o destino costuma ser unanimidade: homens e mulheres brasileiros preferem uma praia quando o objetivo é relaxar.