A melhor forma de evitar o aparecimento de determinadas doenças, principalmente o câncer, é a prevenção. Neste sentido, dois exames preventivos são obrigatórios para as mulheres. O papanicolau e a mamografia servem de prevenção contra os cânceres de colo uterino e mama, respectivamente, duas das variações desta doença que mais acometem as mulheres. “Desconsiderando questões de histórico familiar, esses são os dois exames preventivos básicos que as mulheres devem fazer com regularidade, independente de fatores de risco e das características físicas da mulher”, comenta o médico ginecologista e mastologista e coordenador dos programas de saúde do Paraná Clínicas, Helio Rubens de Oliveira Filho.

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O exame preventivo ginecológico, nome científico para que o que convencionou-se chamar de papanicolau, é indicado para mulheres com vida sexual ativa. “Alguns anos atrás, dizia-se que este exame deveria ser feito já a partir da primeira relação sexual, mas agora o Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda que o primeiro preventivo seja realizado aos 25 anos”, explica Oliveira Filho. Depois disso, a orientação é que o exame seja repetido anualmente.

No entanto, se a mulher tiver resultados regulares em pelo menos dois exames preventivos consecutivos, a realização do mesmo pode ser mais espaçada, principalmente se a mulher tiver uma vida sexual mais regrada. “Desde que seja observada essa característica, o exame pode passar a ser feito a cada três anos, até os 65 anos”, recomenda o médico mastologista e diretor técnico do Hospital Maternidade Santa Brígida, Leônidas Noronha Silva.

Segundo o médico, este é um exame barato, confiável, com boa eficácia e de fácil acesso às mulheres, mesmo em atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Seguindo essas orientações, a mulher tem mais chance de detectar alterações antes que o câncer esteja desenvolvido, o que possibilita um tratamento mais eficiente e curativo. O médico ainda lembra que outra forma de prevenir o câncer de colo uterino é a proteção contra o HPV, com a utilização de preservativo na relação sexual e vacina em adolescentes que ainda não tenham iniciado a vida sexual, como já mostramos aqui no TDelas.

Outras recomendações

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Por sua vez, a mamografia também deve ser feita anualmente, mas somente a partir dos 40 anos. A exceção fica entre aquelas que tiverem histórico familiar da doença, que são consideradas pacientes de risco. “Nesses casos, a indicação deve ser particularizada para que a investigação aconteça mais cedo. Nos demais, a orientação é de que o primeiro exame aconteça aos 40 anos, ainda mais porque a maioria (80%) dos casos de câncer de mama não é hereditária”, afirma Silva.

De acordo com Oliveira Filho, este é o único exame cujo poder de redução da mortalidade já foi comprovado. “Estudos científicos mostram que as mulheres que fazem, em comparação com as que não fazem, tem uma redução de 30% da mortalidade”, conta o médico. Mesmo assim, a estimativa do Inca para este ano era de 52 mil novos casos de câncer de mama e mais 12 mil mortes em decorrência da doença.

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Para Silva, ainda referente à questão da prevenção contra o câncer de mama, é preciso fazer um alerta. “Antes, fala-se muito no autoexame, mas a minha opinião e do próprio Inca, atualmente, é de que ele dá uma falsa impressão de que só fazendo a apalpação da mama, a mulher está protegida. É preciso incentivar a realização da mamografia para ter o diganóstico correto precoc,emente”, orienta.

Além disso, outra recomendação é adquirir hábitos saudáveis de vida, como alimentação equilibrada, com atividade física regular, sem tabagismo, sem estresse e sem consumo excessivo de bebida alcoólica, fatores que podem contribuir com a prevenção deste e outros tipos de câncer. Na lista de orientações, ainda entram uma visita anual ao ginecologista e ao clínico geral e a realização de exames de controle de lipídios e açúcar após a menopausa.