Os fumantes tendem a ser mais extrovertidos, tensos, impulsivos, depressivos, ansiosos e buscam mais sensações estimulantes quando comparados aos não fumantes ou ex-fumantes. A conclusão é de um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) que apontou os traços psicológicos presentes nos fumantes que também podem estar ligados a dificuldade de abandonar o vício. A análise dos dados foi feita em 60 grupos de pesquisas nacionais e internacionais e também diagnosticou a prevalência de transtornos psiquiátricos em fumantes.
O estudo mostra ainda que a síndrome de abstinência causada pela falta de nicotina pode ser um fator de grande importância no sucesso do tratamento. A maior parte dos fumantes necessita de cinco a sete tentativas antes de conseguir efetivamente parar de fumar. A síndrome inicia-se algumas horas depois e tem seu pico no terceiro dia de abstinência. Os sintomas mais comuns são compulsão aumentada, irritabilidade, dificuldade de concentração, sonolência, ansiedade e hostilidade cuja intensidade varia de pessoa para pessoa.
O ganho de peso também é um fator atribuído à dificuldade de largar o cigarro, já que estudos clínicos e epidemiológicos indicam que os fumantes pesam menos do que os não fumantes. Mas o agravante é que quem pára de fumar costuma ganhar peso. O sintoma pode estar relacionado aos padrões de comportamento e personalidade, como depressão, autopunição, irritabilidade e agressão além do estresse gerado pela falta de nicotina que resulta em maior compulsão por alimentos
Com estes dados os pesquisadores esperam mostrar a importância dos aspectos psicológicos e traços de personalidade nas estratégias de combate ao tabagismo. Para eles, é preciso conhecer a personalidade do paciente que pretende parar de fumar e verificar a existência de outros transtornos psiquiátricos associados para que recebam acompanhamento individualizado aumentando a eficácia das estratégias de combate a dependência.