Não é só para tratamentos estéticos, como o combate à celulite, que as mulheres estão procurando a drenagem linfática. A técnica também tem grande importância para a saúde, sendo uma grande aliada nos tratamentos pós-cirúrgicos, principalmente em pacientes que passaram por cirurgias plásticas, de varizes, ortopédicas ou cardíacas, e precisam de uma cicatrização ideal.
A indicação da drenagem pelos médicos tem o objetivo de eliminar o excesso de líquido acumulado após a cirurgia, que causa inchaço e pode interferir na cicatrização. “A drenagem no pós-operatório é uma indicação preventiva das complicações do processo de cicatrização, além de acelerar a capacidade e a qualidade da recuperação do paciente”, explica a fisioterapeuta e diretora do Faculdade IBRATE, Doutora Naudimar Di Pietro Simões.
Com isso, a qualidade de nutrição das células da pele é influenciada, ocasionando melhor efeito e o consequente rejuvenescimento. Soma-se a isso ainda a sensação de leveza e bem-estar aos pacientes, bem como o fortalecimento das barreiras imunológicas proporcionado pela técnica.
As pacientes que fizeram cirurgias plásticas são as mais indicadas a receber drenagem linfática, especialmente se for uma lipoaspiração, que demanda uma atenção especial. O diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Paraná (SBCP-PR), Marco Aurélio Gamborgi, explica que nestes casos a drenagem evita que a região apresente fibrose ou fique endurecida.
“Quando a paciente faz cirurgia plástica, principalmente a lipo, o procedimento acaba lesando alguns vasos linfáticos e a região operada retém líquido pelo trauma da cirurgia. A drenagem estimula essas áreas”, diz. Para as pacientes que fizeram implante de silicone, a drenagem ajuda na eliminação do líquido ao redor da prótese.
Para potencializar os efeitos da técnica, a fisioterapeuta Sibeli Schicoski e Silva indica também a drenagem linfática antes da realização das cirurgias. “A drenagem no pré-operatório estimula o sistema, já no pós, trabalha para diminuir o edema”, complementa. A advogada Denize Maciel de Camargo, 48 anos, não dispensou a drenagem linfática depois das duas cirurgias a que se submeteu.
Em 2009, ela fez uma redução de mama e lipoaspiração no abdômen e no começo do ano mini lifting no rosto. Em ambas, sentiu os benefícios da técnica em sua recuperação. “Muda da água pro vinho. Na primeira cirurgia, cheguei bem inchada para a drenagem e saí de lá muito bem”, diz ela que acredita que 80% de sua recuperação foi resultado da drenagem. “Não tive nenhum problema, minha pele ficou bem lisinha e uniforme, sem nenhuma fibrose”, conta.
Conheça a técnica!
O mercado oferece inúmeras técnicas de massagens, algumas delas classificadas como drenagem linfática, mas que não são aplicadas de maneira correta. Por isso, é preciso procurar um profissional com formação específica e passar por uma avaliação para identificar possíveis contraindicações antes de iniciar o tratamento.
“A técnica pode aumentar a pressão arterial, reforçar um quadro de desequilíbrio hormonal ou favorecer o tromboembolismo”, alerta a Doutora Naudimar, que orienta as pacientes a identificarem as principais características da drenagem linfática: é uma técnica muito leve, muito lenta e iniciada pela área central do corpo.