A gravidez é um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher, período que normalmente já inspira cuidados para que a saúde da mãe e do bebê siga preservada até o nascimento. Mas mesmo com acompanhamento médico, algumas mulheres podem desenvolver uma doença específica da gravidez que provoca aumento da pressão arterial: a pré-eclâmpsia.
A doença afeta mulheres grávidas geralmente após a 24ª semana de gestação e não pode ser prevenida, mas deve ser tratada. “A pré-eclâmpsia ou hipertensão arterial da gravidez é uma situação sem causa definida, que surge do nada e pode se desenvolver tanto em mulheres que tenham histórico de hipertensão como naquelas que nunca tenham tido alterações de pressão anteriores à gestação” explica o médico ginecologista e obstetra Gleden Teixeira Prates, do Hospital Santa Brígida.
Os sintomas da pré-eclâmpsia costumam ser discretos. O médico alerta que é importante observar se há ganho de peso excessivo (com acréscimo de mais de um quilo por semana), inchaço e retenção de líquidos, dor de cabeça, dor no estômago, enjoo e vista turva. Para confirmar o diagnóstico os médicos costumam aferir a pressão arterial e solicitar exames que também podem detectar presença de proteínas na urina, outro indício da doença.
Entre os principais riscos para a gestante estão: anemia, surgimento de problemas renais, acidente vascular cerebral (AVC). Outra possível complicação da pré-eclâmpsia é a síndrome de Hellp, que pode provocar problemas em relação à coagulação do sangue. Casos mais graves evoluem ainda para convulsões, danos cerebrais e estado de coma na mãe. Além disto, a pré-eclâmpsia evoluir para a eclâmpsia e com a elevação da pressão arterial a vida da mãe e bebê podem ficar em perigo.
Para o feto, o risco é a redução do fluxo de sangue para a placenta, que pode afetar seu crescimento ou que a doença leve a um parto precoce com cesariana ou indução do parto normal, com o objetivo de preservar a vida da mãe. “Quanto mais cedo uma gestante apresenta a pré-eclâmpsia mais preocupante será sua gestação. Quando a doença chega mais perto do fim da gravidez, menores são os riscos e a gravidade do quadro. E a única forma de cura da pré-eclâmpsia é o parto. Cerca de quatro a oito semanas após o nascimento do bebê e a retirada da placenta, a pressão da mãe costuma voltar ao normal”, relata Prates.
Cuidados antes da gravidez
Precavida, a advogada Maria Fernanda, 31, procurou orientação médica antes mesmo de engravidar. “Como eu tenho hipertensão desde os 25 anos, consultei meu médico cardiologista antes da gravidez. Eu já tomava medicamento para o controle da pressão e depois que decidi ter um filho a orientação que recebi do médico foi para trocar o medicamento para uma versão segura para gestantes, fazer atividade física para controlar o peso e tomar cuidado com a quantidade de sal ingerida diariamente”, conta ela, que está na 24ª semana de gestação.
Seguindo a risca o que foi indicado pelos médicos, a futura mamãe afirma que é possível ter tranquilidade na gravidez. “É vida normal. Tomo os medicamentos e monitoro minha pressão durante as consultas médicas ou em casa mesmo, tenho meu próprio medidor. Acredito que cuidando antes e durante a gravidez é possível seguir com a gestação grandes preocupações”.
Diagnóstico precoce garante saúde pra mãe e bebê
Gerson Klaina |
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O obstetra Gleden alerta para os sintomas da doença: ganho de peso, inchaço, retenção de líquidos, dor de cabeça ou no estômago, enjoo e vista turva. |
O médico ginecologista Gleden Teixeira Prates explica que não é possível evitar a doença, mas o diagnóstico precoce, seguido pelo início do tratamento, é fundamental. ‘A pré-eclâmpsia é uma doença que se não for acompanhada pode ser muito perigosa, principalmente para as mães, já que no Brasil ela é a maior causa de mortes de mulheres durante a gravidez‘. No país a doença atinge cerca de 10% das gestantes.
O tratamento é feito conforme a gestante pode lidar com a doença. Desta forma é possível fazer com que a gravidez seja prolongada, sem afetar a saúde da mãe ou da criança. ‘A gestante que apresenta quadro de pré-eclâmpsia precisa ficar de repouso na cama, evitando qualquer tipo de esforço físico, trabalho e estresse. O repouso é fundamental, pois ajuda a pressão a cair automaticamente. Além do descanso, é importante seguir com o pré-natal, para acompanhar o desenvolvimento do feto e monitoramento da pressão. E se necessário, medicamento também podem ser receitados‘. Para evitar estas complicações e garantir a saúde da mulher e do bebê, os médicos recomendam seguir com os exames e as consultas do pré-natal, única maneira de controlar e evitar da evolução da doença.