Descubra se você sofre de hiperidrose

Excesso de suor nas mãos, planta dos pés ou axilas pode ser sinal de hiperidrose, uma doença que atinge mais de 176 milhões de pessoas no mundo. Apesar de não ser um problema que compromete gravemente a saúde, ela afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes e incomoda, ainda mais no verão. “É importante que se saiba que a hiperidrose não é questão somente de vaidade. O suor excessivo pode causar constrangimento, desconforto e afetar a auto-estima do paciente. Por isso é muito importante buscar orientação médica e tratamento adequado”, explica a dermatologista Dra. Ada Trindade de Almeida.

A especialista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Sociedade Internacional de Hiperidrose, esclarece abaixo as principais dúvidas sobre este problema.

Quais as causas da hiperidrose?
Entre as causas estão os estímulos emocionais ou uma maior sensibilidade dos centros reguladores de temperatura, porém, sem razão conhecida. Além disso, algumas doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao quadro. Há também indícios de hereditariedade: de acordo com a Sociedade Internacional de Hiperidrose, quase 65% das pessoas que sofrem de excesso de suor tem um parente próximo com o mesmo problema.

Ela pode acontecer em qualquer idade?
Normalmente, os sintomas costumam surgir na infância e se agravar na puberdade. Em alguns casos, ela pode melhorar com o passar dos anos, mas há pessoas em que o problema persiste por toda a vida.

Quais as conseqüências para a saúde?
Elas estão relacionadas ao comprometimento psicológico, prejuízo à qualidade de vida e, em casos mais graves, ao isolamento social. Um simples aperto de mãos pode se transformar em uma situação extremamente desconfortável e estressante.

A hiperidrose pode causar mau cheiro?
O suor em si não tem odor, mas seu excesso contribui com o aumento da proliferação de bactérias e estas sim podem causar o mau cheiro.

Existe tratamento?
Sim. Existem diversos tratamentos clínicos e cirúrgicos que amenizam ou eliminam os quadros de hiperidrose. O uso de antitranspirantes é a primeira opção de tratamento considerada. Aplicados sobre a pele, eles bloqueiam ou tampam os dutos das glândulas sudoríparas, reduzindo a quantidade de suor que chega à pele. A iontoforese é outra técnica que, através da corrente elétrica, bloqueia o fluxo de suor para a superfície da pele. No entanto, estes métodos nem sempre funcionam com resultados satisfatórios.

O procedimento cirúrgico também pode ser considerado uma opção de tratamento, porém traz os riscos de uma cirurgia e muitas vezes não resolve o problema, pois a incidência de hiperidrose compensatória pós-cirurgia é bem alto. Isto significa que o paciente deixa de suar em um lugar, mas passa a suar em outra nova área.

Outra opção de tratamento é a aplicação de BOTOX® (toxina botulínica tipo A). Esta é uma alternativa bastante eficaz, segura e satisfatória para os pacientes. O procedimento é simples e pode ser realizado em consultório médico. Portanto, é menos invasivo quando comparado com as cirurgias. Segundo estudos científicos, os níveis de satisfação dos pacientes tratados chegam a 90%.

É importante destacar que o tratamento mais adequado para cada caso deve ser discutido e avaliado com um médico especializado de acordo com as necessidades e expectativas do paciente.

Como o BOTOX® age para reduzir o suor?
Neste caso, diferentemente do tratamento das rugas, a toxina botulínica tipo A deve ser aplicada bem superficialmente, para atuar nas glândulas sudoríparas. Desta forma, a toxina bloqueia a liberação da acetilcolina nas glândulas, reduzindo a produção de suor.

Na região da axila o tratamento é praticamente indolor, podendo requerer somente um anestésico tópico local. No caso das mãos ou planta dos pés, para aliviar o desconforto, os médicos usam técnicas anestésicas e analgésicas, cremes analgésicos, bloqueios de nervos, gelo ou vibrações, que tornam o procedimento bem tolerável.

O tratamento com BOTOX® é definitivo?
Não. A toxina botulínica tem efeito temporário, que no caso da hiperidrose varia de 6 a 9 meses, dependendo da área tratada e do metabolismo de cada paciente. Após este período, a substância pode ser reaplicada de acordo com a necessidade.

 

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