Chato ou gente boa?

Descubra os quatro principais tipos de chefe. Qual é o seu?

Pode não ser o seu caso, mas certamente você já ouviu alguém reclamar do próprio chefe. Só que, em muitos casos, além de serem frequentes, estas dificuldades de relacionamento com o gestor podem comprometer a produtividade e a motivação do funcionário ou, até mesmo, afetar sua saúde. Para não cair nesta cilada, é interessante saber quais são os tipos de chefe mais presentes nas empresas e como é possível evitar problemas e conflitos. Segundo a coach e consultora de desenvolvimento humano Cristina Bresser, há quatro perfis de chefes que mais desestabilizam os colaboradores e são facilmente encontrados no comando de muitas organizações.

O primeiro deles é o “chefe autoritário”, figura que impõe muita pressão, sem se importar com a colaboração de sua equipe. “Ele é um autocrata, trabalha a base do berro e da pressão. Não ouve os colaboradores e costuma responder a dúvidas e sugestões com frase como: “Você é pago para obedecer e não para pensar”. Este chefe é encontrando principalmente em empresas de origem familiar, que não se preocupam com planejamento e treinamento de suas equipes”.

Outro chefe de difícil convivência é aquele considerado um “chefe amigão, boa praça”. A coach diz que ele pode até parecer inofensivo e agradável, mas que a linha que separa o amigo do pegajoso é muito tênue. “Este chefe quer estar o tempo todo junto com seus subordinados, que sair com eles, ir para o happy hour. E, por mais que pareça, ele não é um chefe bacana, já que não ensina o deve ser feito. Ele também não compreende a importância de se respeitar a hierarquia e de manter certo distanciamento dos colaboradores e, assim, não consegue cobrar resultados de sua equipe”, observa Cristina.

Pior do que os dois primeiros é o “chefe cafajeste”, o gestor que assedia seus funcionários. “É o chefe que começa elogiando e quando você menos espera, ele a convida para jantar, sem nenhuma cerimônia. E, infelizmente, é difícil encontrar uma mulher que nunca tenha se deparado com este chefe”. Para não passar por constrangimentos, Cristina aconselha que as mulheres sejam diretas e assertivas, sinalizando que não têm interesse neste tipo de envolvimento. Caso as abordagens continuem, ela sugere procurar o setor de recursos humanos (RH) da empresa, para evitar que o problema evolua para casos mais sérios de assédio.

Mas não menos perigoso é o chefe inescrupuloso ou “chefe fraude”, aquele que manipula, maquia resultados, rouba projetos e trabalhos dos colaboradores, enfim, o que não mede esforços para se dar bem. “Muitas vezes, ele não tem competência para sua função e para manter seu status, usa todos os artifícios possíveis. E o problema é que ele é sempre muito carismático e esperto, e isto torna mais difícil fazer com que sua máscara caia”, observa a coach. E a situação pode ser ainda pior para alguns colaboradores, pois algumas destas características podem ser combinadas em uma mesma pessoa.

Solucionando os conflitos

A psicóloga e gestora da área de recrutamento e seleção do grupo SIP Tania Mior ressalta que, ainda no processo seletivo, é possível ter uma ideia sobre o perfil da empresa e dos gestores. Para isto, basta perguntar para o recrutador se a organização segue uma linha liberal ou mais rígida. “Um profissional preparado consegue identi,ficar neste momento se há identificação com a empresa”.

Depois de contratado, caso exista problemas com o chefe, Tania recomenda respeitar a hierarquia e tentar conversar com o gestor, expondo as dificuldades. Caso não resolva, novamente a indicação é procurar o RH. “Quando há problemas de relacionamento com o chefe, o colaborador costuma ter três opções: conversar com o chefe e o RH para se manter no cargo; tentar uma mudança para outro setor da empresa; buscar uma nova oportunidade de trabalho, em outra empresa”, diz Tania.

E, segundo a psicóloga, não resolver estes conflitos pode trazer prejuízos para empresa e para o trabalhador. “Nestes casos, o funcionário costuma apresentar pouca motivação, não tem assiduidade, não vai trabalhar alegando problemas de saúde, traz atestados com frequência relatando problemas como enxaqueca, enfim ele passa por complicações físicas e psicológicas que alteram sua produtividade”. (PW)

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