Curitiba entre as 5 cidades com maior índice de infidelidade

Curitiba está entre as cinco cidades brasileiras com maior índice de infidelidade e com os maiores gastos com amantes, de acordo com o site especializado em relacionamentos extraconjugais AshleyMadison.com. Os curitibanos e as curitibanas gastam quase R$ 10 mil por ano com despesas em motel, jantares e presentes, conforme mostrou a pesquisa realizada entre os 1,7 milhão de usuários brasileiros cadastrados no site, sendo 28,7 mil só da capital paranaense (a quarta cidade no ranking nacional).

Parece coisa de novela, mas isso acontece na vida real. Enquanto na trama “Amor à Vida” (RPC TV / Globo) o personagem de Antônio Fagundes (César) trai a esposa Pilar (Suzana Vieira) com sua secretária (Aline/Vanessa Giácomo) e enche a moça de presentes, mulheres comuns também passam por esta situação. É o que garante o representante do AshleyMadison.com no Brasil, Eduardo Borges, que ainda aponta um diferencial na escolha de presentes para as esposas e amantes.

“É uma questão cultural. No final do ano passado fizemos uma pesquisa com os usuários sobre os presentes que eles davam para as esposas e para as amantes. Para as esposas eles dão em geral eletrodomésticos e utensílios para casa, e para as amantes joias e roupas. O preço gasto no presente para as amantes também é duas vezes maior. O homem trata melhor a amante do que a esposa”, avalia.

Frustração

Uma explicação para isso é o fato dos maridos acharem que já conquistaram suas esposas e assim não precisam mais investir neste tipo de presente. Mas esta situação pode gerar uma traição por parte da mulher, que procura relacionamentos extraconjugais quando não se sente mais valorizada nem desejada. “A mulher trai mais por vingança, pela falta de conversa de carinho. Em terceiro lugar vem o sexo. Para o homem a resposta é simples: em 99% dos casos a traição acontece por falta de sexo”, revela Borges. Ele ainda ressalta que isso acontece com os homens do mundo inteiro.

Para a psicóloga e professora da Unibrasil, Graciela Sanjutá Soares Faria, a frustração é o grande motivador das traições, em que a pessoa procura pelo ideal que já não encontra no parceiro e busca em um novo relacionamento. “Para uns é uma maneira de magoar o outro ou sinalizar que não está tendo suas necessidades atendidas, é uma forma de buscar a perfeição, mas o ser humano é complexo, imperfeito”, observa.

Compartilhando as responsabilidades

O representante do AshleyMadison.com no Brasil defende que a responsabilidade por uma traição é, em geral, compartilhada entre o casal e o perdão depende de vários fatores. “Vai muito da idade, do tempo em que os dois estão juntos e o que gerou a traição. Muita gente considera que conversar na internet, mesmo que sem contato físico, é traição. Outras acham que só o sexo é infidelidade”, observa Borges. “A traição é um erro de 50% em cada lado. É importante a pessoa pensar o que ela fez de errado para o parceiro trair e não só culpar o outro”.

Em geral, as mulheres tendem a perdoar mais, principalmente por medo de ficar sozinhas, enquanto os homens facilmente partem para um novo relacionamento. Mas se na novela a mulher traída tenta perdoar e se reconciliar com o marido, a independência financeira feminina está mudando esta situação. Com condições se manterem sozinhas, elas não sentem mais a necessidade de depender dos maridos nem manter um relacionamento que não as satisfaz mais.

A diretora da agência de relacionamentos Par Ideal, Sheila Chamecki Rigler, observa este contexto na prática. Ela conta que a maioria de seus clientes são divorciados e a traição é o segundo maior motivo para o fim dos relacionamentos. “Atendi muitos homens que traíram suas mulheres e achavam que elas nunca iriam se separar, mas se assustaram quando elas se separaram depois que tinham condições de se sustentar”, afirma.

Perdão

“É possível retomar, recomeçar, mas o perdão genuíno, como se nada tivesse acontecido, é mais difícil. Mesmo assim muitos casais d&atil,de;o conta de seguir adiante apesar da traição”, afirma a psicóloga Graciela, que aponta a comunicação como um bom recurso para a reconciliação. “Não é só falar, mas expressar os sentimentos, se conhecer, explorar o que realmente aconteceu e a implicação de cada um, e também se solidarizar com a dor do outro. Assim o casal pode seguir adiante”, orienta.

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