As empresas estão sempre buscando mais e mais clientes. Por sua vez, os consumidores querem “se dar bem”. É partindo deste princípio que a quantidade de sorteios e promoções cresceu exponencialmente nos últimos anos, principalmente na internet. As duas partes encontraram nas redes sociais um meio fácil e rápido de conseguir o que querem.

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O aplicativo “Yes! Ganhei”, no Facebook, é um exemplo. São mais de 500 mil usuários loucos para serem os escolhidos nos sorteios dos vários produtos que as empresas oferecem gratuitamente. Mais de 20 mil clientes já conseguiram. “Creio que o que mais viralizou o ‘Yes!Ganhei’ foi a esperança que conquistou pessoas que nunca tinham ganhado nada”, conta o administrador do aplicativo, Murilo Assunção Cerqueira. A maioria dos usuários tem entre 18 e 34 anos, e 70% deles são mulheres.

No Paraná, no ranking de sortudos, está a curitibana Adriana Lorete dos Santos, que chegou a ganhar 38 prêmios em cinco meses – o preferido foi uma impressora. Também usuária do aplicativo, a designer Vivian Padilha, de São José dos Pinhais, ainda usa outros meios para participar de sorteios e promoções. “Também participo em lojas físicas, mas prefiro internet. Além de cômodo, os prazos para divulgação do resultado são menores e há uma variedade muito maior de lojas e produtos em promoção”, conta.

Ela já se tornou cliente de várias lojas que a sortearam como vencedora. Ao longo dos anos ela ganhou, entre outras coisas, um violão, um pôster e ingressos para o cinema. “É uma oportunidade de ganhar e experimentar algo que eu não posso comprar ou não compraria”, revela. Murilo concorda que a fidelidade do cliente premiado é quase uma certeza. Segundo ele, as empresas que fazem sorteios ganham credibilidade e proximidade com os clientes, além gastarem muito pouco com os resultados.

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Compulsão

Os sorteios são geralmente voltados para o público feminino. No ranking dos sortudos, entretanto, quase metade dos premiados são homens, apesar de eles ainda serem minoria entre os participantes. Para a psicóloga Izabela Freitas, homens e mulheres são diferentes em suas escolhas, mas sentem da mesma maneira o prazer em serem escolhidos como vencedores.

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Algumas pessoas transformam esse desejo de ganhar em obsessão, e fazem dos seus perfis em redes sociais grandes páginas de propaganda das empresas. Isso pode virar doença. “Comportamentos repetidos levam ao esgotamento da dopamina. Quando ela se esvazia rapidamente, a pessoa sente-se mal e precisa repetir com mais frequência o estímulo externo”, explica a psicóloga.

Segundo ela, quando isso acontece, ocorre internamente um fenômeno parecido com o do uso de drogas. “As consequências vão desde gastos excessivos até danos emocionais, que podem levar à depressão”, alerta. Faça o teste ao lado, elaborado por Izabela, para saber se a sua participação em sorteios e promoções está sob controle ou se você precisa de ajuda profissional.