Não é novidade que os óculos de grau continuam sendo vendidos sem receita médica. Os produtos podem ser encontrados com facilidade em farmácias, supermercados, camelôs e até em lojas de conveniência, os quais possuem grau aproximado ao indicado pelo médico. A venda desses produtos é proibida, mesmo assim, alguns estabelecimentos comerciais insistem no negócio.
De acordo com o Conselheiro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e consultor do Instituto Varilux da Visão, Dr. Marcus Sáfady, as pessoas devem ficar atentas, pois a utilização desses tipos de óculos pode intensificar o problema. “A correção ocular precisa ser feita de forma adequada, pois o uso frequente de óculos que não estão de acordo com o grau que o oftalmologista receita pode agravar os distúrbios visuais”, explica Sáfady.
O médico ressalta ainda que a utilização contínua de óculos com baixa qualidade pode ocasionar a impressão de que o problema de visão está sendo solucionado, o que pode adiar o diagnóstico de doenças silenciosas. “O glaucoma, por exemplo, é uma doença que não causa sintomas no seu início. O paciente pode achar que está tratando a doença com o uso de óculos sem receita, mas está retardando o início do tratamento correto”, alerta Sáfady, acrescentando que, as lentes oftálmicas devem seguir determinados padrões.
Ao comprar um óculos de grau em uma ótica, a prescrição médica é imprescindível. “Isso porque na ótica é retirado uma medida que se chama DNB (Distância Nasco Bilar). Essa distância tem que coincidir exatamente com centro da pupila do usuário. Essa e outras medidas são essências para a obtenção do óculos adequados para o tratamento, são elas que irão permitir a qualidade visual”, explica o especialista.
O uso de um grau a mais pode inibir o mecanismo natural que os olhos possuem, pois o olho da pessoa não adequa como deveria adequar a imagem. A estrutura circular que o olho já tem regula o grau, que produz uma focalização automática. O uso de óculos de grau sem medicação é um perigo para a população. “Estes óculos apresentam graduações específicas que podem não corresponder exatamente ao grau indicado para o paciente, ocasionando alguns incômodos, como distúrbios visuais, tontura, dores de cabeça e desconforto na região ocular”, esclarece Sáfady.
Na maioria dos casos, os usuários de óculos não possuem o mesmo grau nos dois olhos e o uso dos óculos prontos pode forçar mais um olho do que o outro, o que propiciará em mais problemas visuais. “A única forma de garantir a correção visual adequada é com a prescrição médica que o oftalmologista indica. Logo é essencial visitar o oftalmologista com frequência e comprar óculos de correção visual em óticas”, conclui Sáfady.