Sete milhões de mulheres são empreendedoras no Brasil. Elas resolveram montar o próprio negócio – por necessidade ou oportunidade – e estão conquistando a independência que tanto queriam, seja financeira ou de poder se organizar com o tempo na maneira que quiser, sem ter que “bater cartão”. As empreendedoras atuam em diversas áreas e já são responsáveis por metade dos novos negócios que estão surgindo no país.

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E estão até desbancando os homens em algumas áreas. “Está bem equilibrado (em comparação com os homens), mas é questão de tempo para as mulheres darem esta virada”, comenta Ammanda Macedo, consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae/PR) e coordenadora estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Com esse aumento da participação das mulheres no empreendedorismo, mesmo os ramos de atuação delas estão se diversificando mais.

Antigamente, a mulher optava por segmentos mais femininos para montar o próprio negócio, como salão de cabeleireiro. Agora, cada vez mais as empreendedoras escolhem áreas em que enxergam oportunidades, mesmo que seja necessário reinventar alguma atividade masculina. “As mulheres buscam áreas nas quais elas enxergam a oportunidade ou reinventam o que antes era feito apenas pelos homens. Elas observam o mercado de forma diferente e como elas podem ganhar dinheiro com isto”, explica Ammanda.

A oportunidade levou Luciana Bechara (foto) a montar a Be Little, fábrica e loja de confecções infantis. Tudo começou quando ela teve gêmeos que nasceram prematuros. Luciana não encontrava roupas que servissem nos bebês, ainda bem pequenininhos. “Não conseguia achar roupas para o tamanho dos meus filhos, que estavam com dois quilos de peso. Como eu já tinha trabalhado com confecção, surgiu a ideia. Eu fundei a empresa quando os gêmeos tinham um ano e não tinha nada parecido no mercado”, relembra.

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A empresa foi fundada em 2001 e hoje tem a produção de 16 mil peças por mês. A venda ocorre em três lojas próprias e pela internet. Luciana também vende para comerciantes por atacado. Ela deixou a sociedade em outra empresa de móveis de escritório para investir na produção das peças de vestuário para bebês até nove meses de idade, incluindo opções para prematuros e recém-nascidos. Uma casa foi alugada em Pinhais para abrigar a fabricação e, depois, Luciana abriu uma loja no mesmo local.

“Os clientes pediam que a gente fizesse roupinhas para crianças maiores e fizemos depois a linha para até quatro anos”, conta. Aos poucos, a empresa foi crescendo e, em 2005, Luciana passou a vender para todo o país por meio de representantes. Quatro anos depois, a Be Little se tornou a primeira loja a vender roupas de bebê pela internet. “Sempre tive vontade de ter uma loja de roupas. Sempre gostei do comércio, mas imaginei uma fábrica pequena e uma loja. Nunca imaginei o que a Be Little se tornou”, declara Luciana.

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Ter o próprio negócio foi uma das melhores coisas que aconteceu para Sandra Mara do Nascimento. Ela se tornou proprietária da loja Armarinhos Curitiba, no centro da cidade, há cerca de sete anos. Sandra já trabalhava na loja e estava decidida a montar o próprio estabelecimento, com o mesmo perfil. Foi quando o dono da loja resolveu mudar de cidade e colocou o negócio à venda. “Fiz uma proposta e ele aceitou. Nos primeiros três anos, eu toquei a loja com o conhecimento que tinha mesmo. Somente depois eu fiz cursos”, revela Sandra.

A resposta que ela teve foi a melhor possível, incluindo intervenções na estrutura da loja e aumento nas vendas. “Para mim, foi tudo e mais um pouco. Consegui tudo o que eu queria e a vida está mais sossegada”, salienta. Quem está disposta a abrir o próprio negócio deve, antes de mais nada, ter certeza do que quer. Depois disto, tem que procurar ajuda. “O Sebrae é uma das entidades que pode ajudar no negócio, com toda a documentação, orientaç&atild,e;o e plano de negócios. O consultor vai ajudar a dar o direcionamento correto”, ressalta Ammanda Macedo.