Para levantar da cama todos os dias, se arrumar, deixar os filhos na escola e partir para o trabalho com bom-humor, muitas mulheres precisam diariamente de um ingrediente especial em suas vidas: a motivação. É só assim que as pessoas conseguem ter estímulo e disciplina para trabalhar, estudar e realizar outras atividades. Companheira do desenvolvimento pessoal, a motivação também é importante nas empresas, seja para funcionários ou líderes.

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Mas como é possível se manter motivada? Para a psicóloga organizacional Mariana Bacellar, a motivação é um impulso interno, que vem de dentro para fora. “A motivação está ligada à expectativa do profissional, à cultura organizacional e às condições que a empresa oferece a ele, como remuneração, estabilidade, reconhecimento, possibilidade de crescimento e de autorrealização. Se as condições oferecidas estão de acordo com a expectativa, o resultado geralmente é um profissional motivado”.

Para a psicóloga, o lado financeiro também influencia no quesito motivação, mas nem sempre é o fator determinante neste sentido. “Para trazer satisfação, a questão financeira tem que atender às necessidades básicas da pessoa, de acordo com o padrão de vida que ela leva. Mas os fatores que trazem realização pessoal costumam ir além disto. O status social gerado pelo emprego, o reconhecimento profissional e a possibilidade de trabalhar com o que gosta costumam influenciar mais no sentimento de motivação do trabalhador”.

A superintendente de Recursos Humanos da Intertechne Consultoria e Projetos de Engenharia, Jaqueline Becker, concorda com a psicóloga. “Os motivos que inspiram uma pessoa são internos. Há uma teoria de que ninguém inspira outra pessoa, nem o líder. O que acontece é que podemos apenas influenciar com ações, para que a pessoa se automotive.”

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Gestora de uma equipe de mais de dez pessoas e responsável pelos processos de recursos humanos de mais de 660 funcionários da empresa, Jaqueline entende que, em sua posição de líder, precisa conhecer seus funcionários. “O líder precisa conhecer as pessoas e entender quais são os motivos que as estimulam. Alguns funcionários são alimentados pelo desejo de crescer profissionalmente. Então, para eles estarem motivados, é necessário dar oportunidades ou envolvê-los em novos cursos e projetos. Já outros colaboradores têm um perfil mais familiar, ou seja, se importam mais com o sustento da casa e da família. Para eles a motivação está intimamente ligada à remuneração e aos benefícios como plano de saúde e participação nos lucros”.

Para manter uma equipe feliz e motivada, a executiva acredita que o segredo é “buscar o que faz sentido para o profissional, influenciando para que eles fiquem bem e estimulando a criação de um ambiente de trabalho saudável, com respeito às pessoas”. Para se automotivar, Jaqueline conta que não enfrenta dificuldades. “Eu adoro trabalhar. Perceber que meu trabalho é útil e ver que auxilio meus clientes internos na empresa me motiva muito, é recompensador”.

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Incentivando sua equipe

De acordo com a coach e Diretora da Cannoh Desenvolvimento Humano Karina Reis, “além de treinamentos específicos para elevar o grau de motivação de funcionários, é possível, nos dias de hoje, ter um tratamento afetuoso com os colaboradores, mesmo dentro das linhas que delimitam o espaço formal de trabalho”. Para Karina, entre os motivos que deixam os funcionários desmotivados estão “as promessas não cumpridas, feedback exclusivamente negativo e a falta de compreensão com as questões pessoais”.

De acordo com ela, pesquisas indicam que 90% das, pessoas atuam pelo salário, mas deixam de permanecer por questões de humanismo nas relações dentro do mundo corporativo e isso implica diretamente na qualidade do resultado. A coach afirma que, para um líder motivar sua equipe, “ele precisa ter preparo, conhecimento e congruência entre o agir, pensar e comandar sua equipe, mantendo-se alcançável por aqueles que atuam junto de si”.

Para quem quer estar sempre motivada, a coach ensina algumas dicas. “Para se manter motivada, a fórmula é matemática. Permitir-se parar e cuidar de si, ter método em sua vida pessoal e profissional, ter paciência consigo mesma, estar em constante preparação, mas, acima de tudo, valorizar em si aquilo que já construiu. “Hoje, o maior problema e causa da infelicidade e desânimo é olhar para o que ainda não conseguiu e esquecer de todo o caminho que já trilhou. O autoconhecimento, o saber de quem se é e da força que se tem mantém o estado de motivação maior e mais constante”, conclui.