Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam cerca de 10% das pessoas que passam por um procedimento cirúrgico para reduzir o estômago voltam a engordar no Brasil.

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O Brasil realiza em torno de 80 mil cirurgias bariátricas por ano e fica atrás apenas dos Estados Unidos, que realizam 140 mil. Com mais de sete mil cirurgias bariátricas realizadas, nos últimos 17 anos, o médico curitibano Alcides Branco Filho é chamado até para o exterior por causa dos casos de alta complexidade que está acostumado a resolver.

Especialista em cirurgias revisionais, quando algo não deu certo e o procedimento tem que ser repetido, o médico explica que 60% do sucesso depende do médico e os outros 40% do paciente. “Tenho pacientes que operei há 15 anos e estão do mesmo jeito e pacientes que operei há quatro anos e começaram a engordar”, explica Branco.

De acordo com ele, a reeducação alimentar é fundamental. “Se opero um paciente que está há 39 anos comendo errado, é difícil mudar, mas é fundamental para continuar no novo corpo. A cirurgia é uma ferramenta para ter uma vida mais saudável”, afirma.

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Além de mudanças nos hábitos alimentares, o tipo de cirurgia também pode influenciar no resultado. “Temos diferentes técnicas, até aquelas que são desaconselhadas para mulheres (por conta dos ciclos menstruais e problemas hormonais), como é o caso do Sleeve”, pontua.

Segundo ele, às vezes esta técnica é escolhida por ser menos invasiva, mas “a mulher emagrece 40 quilos em cinco anos e depois ganha 20 novamente, e este ganho pode, muitas vezes, ocorrer relacionados a outros fatores, não necessariamente por sua culpa “, explica.

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Além de casos nos quais a perda de peso não foi satisfatória, há pacientes que precisam refazer cirurgias porque tiveram reganho de peso ou grande perda de peso, com prejuízo na qualidade de vida. “Também costumam me chamar muito no exterior para fazer cirurgias revisionais em pacientes que já operaram três vezes e não deu certo, ou porque o paciente operou e está evacuando 10 vezes por dia e é preciso ajudá-lo a melhorar sua qualidade de vida”, explicou Branco.