Bom de bola e de festa

Zé Roberto foi talvez o maior atacante do Coritiba, e o maior encrenqueiro

A história entre Zé Roberto e o Coritiba começa oficialmente no dia 17 de fevereiro de 1971, dia de amistoso internacional no estádio Belfort Duarte, entre o alviverde paranaense e o Rapid de Bucareste. O Coxa vencia por 1×0 quando, aos 27 minutos do segundo tempo, o ponta Passarinho tocou a bola para o meia-direita que do círculo central avançou em direção do gol adversário. Ele passou por vários marcadores que tentaram detê-lo, até com falta, e na entrada da área, ele ameaçou ir para o meio, enganou os marcadores, entrou na área e chutou forte. Sem chance de defesa para o goleiro romeno. Foi um golaço, o segundo da partida, que terminou vencida pelo time paranaense por 3×0.

Mas esta partida entrou para a história por ser a primeira com direito ao primeiro gol de Zé Roberto com a camisa alviverde. Era o começo de uma longa história e a concretização de uma expectativa entre os torcedores alviverdes que no dia anterior lotaram as arquibancadas do Alto da Glória para ver o craque que eles viram brilhar em Curitiba com a camisa rubro-negra do Atlético, cuja torcida, enfurecida, considerou uma alta traição a ida do meia-direita para o rival, em empréstimo feito pelo São Paulo, dono do passe do jogador. O Atlético bem que tentou comprar o jogador, mas não conseguiu levantar os recursos necessários. Zé Roberto veio para ficar seis meses no Coritiba, mas conquistou lugar no time e junto ao torcedor. O Coritiba foi campeão estadual naquele ano de 1971 em um empate contra o União Bandeirante, em partida disputada no dia 25 de julho. Foi a última partida de Zé Roberto como parte do empréstimo. Ele marcou o gol do título.

Zé Roberto retornou para São Paulo, mas continuou nas pretensões do Coritiba. Ele chegou a ser envolvido numa negociação com o Olympique de Marselha, que não deu certo por conta da cota de jogadores estrangeiros no clube francês que estava esgotada. O jogador voltou para o Brasil, para o Coritiba. Com a ajuda do técnico Vicente Feola, que convenceu a direção do tricolor do Morumbi a vender o atacante, foi consolidada a transferência de Zé Roberto em definitivo para o Paraná. Isto aconteceu no dia 18 de maio de 1972, poucos dias antes de o Coxa iniciar sua terceira excursão internacional. O atacante veio, ajudou a conquistar o titulo estadual da temporada e se destacou no Campeonato Brasileiro. Ganhou a Bola de Prata da revista Placar como o melhor meia ponta-de-lança da competição, em que fez 16 gols (vice-artilheiro, atrás de Dario e Pedro Rocha, com 17 gols), marcando gols em seis partidas consecutivas.

Zé Roberto foi o artilheiro do Coxa nos Brasileiros de 1971, 1973 e 1974, sendo o jogador que mais gols marcou nesta competição com a camisa alviverde: total de 34 gols, alguns antológicos, como o que fez no dia 14 de outubro de 1973 quando, de costas, tocou a bola de calcanhar para o fundo das redes, decretando a vitória do Coritiba sobre o Fluminense por 1×0. Outra partida memorável de Zé Roberto com a camisa do Coritiba aconteceu no dia 23 de março de 1974, no Belfort Duarte, contra o Botafogo, quando ele marcou os três gols na vitória por 3×2, o primeiro aos 6 minutos do primeiro tempo e os dois últimos aos 19 e aos 35 minutos do segundo tempo, virando o marcador que apontava 2×1 para o time carioca.

Baladas

Zé Roberto foi ainda campeão paranaense pelo Coritiba pela terceira vez em 1973, campeão do Torneio do Povo no mesmo ano e se consagrou como o maior artilheiro alviverde nos anos 70 com 73 gols contando somente as partidas oficiais. Zé Roberto e    a idolatrado pela torcida, mas como aconteceu no Atlético, criava problemas. Muitas vezes o presidente Evangelino Costa Neves tinha de buscá-lo pessoalmente nas noitadas, para que pudesse estar em condições de jogo no dia seguinte. No dia 13 de julho de 1974, Zé Roberto fez a sua última partida com a camisa do Coritiba diante do Fortaleza. Em seguida ele foi para o Corinthians, depois passou por outros clubes de menor expressão como ABC, Portuguesa-RJ, O’Higgins-CHI. Em 1977, Z&eacu,te; Roberto jogou com a camisa do Grêmio de Maringá. Em uma partida pelo Galo do Norte fez talvez o seu último gol como profissional. Depois de alguns jogos pelo Grêmio Maringá, ele voltou mais uma vez para o Atlético. Estava com 32 anos, mas num verdadeiro bagaço. Não era nem de longe a sombra daquele jogador que encantou o Paraná. E, depois, não se falou mais de Zé Roberto, que foi jogar pelo time Milionários, de ex-jogadores. No entanto, o seu legado com a camisa do Coxa nunca será esquecido.

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