Partidas especiais

Vários gols feitos por Zé Roberto ficaram para a história

No dia 23 de março de 1974, Zé Roberto fez os três gols da vitória por 3×2 do Coritiba contra o Botafogo do Rio de Janeiro. Mas aquele não era um feito inédito e seria repetido cinco meses depois. Desta vez com a camisa do Corinthians. Era o primeiro clássico com a camisa do Timão contra o Palmeiras na tarde fria de 18 de agosto de 1974, no estádio do Pacaembu. Jogo válido pelo primeiro turno do Campeonato Paulista. Ele já tinha marcado um gol com a camisa de seu novo clube, depois de deixar o Coritiba. O Palmeiras jogava melhor e aos 16 minutos do primeiro tempo Leivinha tocou para Cesar abrir a contagem. Mas no segundo tempo a história seria outra. “Eu acho que este foi um dos melhores jogos que eu fiz”, disse ele ao lembrar esta partida. De qualquer forma, foi o melhor segundo tempo de sua vida.

Aos cinco minutos do segundo tempo, ele recebeu a bola na entrada da grande área e chutou de perna direita para o gol de Leão. O Corinthians empatou. Aos 27 minutos, recebeu dentro da área e chutou de esquerda, virando o placar. E, aos 36 minutos do segundo tempo, o ponta-direita Vaguinho foi quase até a linha de fundo e viu o meia-direita entrando: ele cruzou e Zé Roberto se antecipou ao marcador e fez de cabeça o terceiro. Três gols no segundo tempo, contra o Palmeiras, numa partida em que o Timão estava perdendo. Cada com gol feito de uma forma diferente. O locutor anunciou: “Zé Roberto vai sair consagrado hoje do estádio”. No dia seguinte o  caderno de esportes da Folha de S. Paulo anunciou: “Zé Roberto: 3 a 1”.

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Nos tempos de São Paulo e seleção olímpica.

Mas, antes desta partida memorável, houve outro jogo também memorável em que Zé Roberto marcou três gols. Era uma partida preparatória da seleção olímpica que ia participar dos Jogos Olímpicos em Tóquio. Embora fosse um amistoso, o adversário não era nada amistoso: a Argentina que tinha Cejas – que nos anos 70 jogou no gol do Santos de Pelé -, além do zagueiro Perfumo, que jogou no Cruzeiro. O dia era especial e o palco também: 7 de setembro de 1964, no Maracanã. O Brasil, dirigido por Vicente Feola, meteu 3×0 nos argentinos. “Este jogo teve um sabor especial para mim, porque a torcida carioca não queria a minha convocação. Ela queria Humberto, do Botafogo”, diz Zé Roberto.

Com a camisa da seleção olímpica, Zé Roberto ainda marcou gols contra Equador, Peru e Coreia do Sul. Mas nunca mais voltou à seleção. E, para Zé Roberto, quem tirou a sua oportunidade jogar a Copa do México foi o presidente Emílio Médici. “Quase que eu fui para a Copa em 1970”, diz ele. A história que ele conta é a seguinte: “Em 1970 o Tim me chamou para conversar com o superintendente da CBD, Mozart di Giorgio. Ele disse: se o Tostão não se recuperar do olho, você será convocado. O Tostão se recuperou, mas abriu outra vaga. Mas aí o presidente Médici exigiu que esta fosse do Dario e eu fiquei de fora”, diz ele. E Zé Roberto ficou de fora. Mas os gols que marcou ficaram na história.