Super Abatiá e seu fiel companheiro Paquito. Com capa de herói e chapéu de caipira, a tira era publicada na primeira página da Tribuna do Paraná, com destaque, no alto da página, junto com a manchete, às segundas-feiras. “Quem me pediu para criar os dois personagens foi o editor na época, Antonio Pietrobelli”, diz o cartunista e escritor Dante Mendonça, que assistia ao jogo no estádio e voltava correndo para a redação do jornal para que os dois personagens comentassem o resultado através da tira. “Eu me inspirei levemente no Gordo e o Magro, porque o Tião Abatiá era meio baixinho e robusto e o Paquito era magro e alto. A tira fez um sucesso tão grande, que eu passei a fazer a tira também um dia antes do jogo, normalmente nas sextas-feiras”, diz ele. O cartunista procurou assimilar o espírito do super-heroi. E para a torcida do Coxa era um super-herói, porque ele abatia os inimigos, fosse quem fosse, de onde viesse. A tira fez grande sucesso e era esperada com ansiedade pelos leitores. A tira acabou inspirando Walt Disney a criar outro personagem em quadrinhos, que foi o Tião Abaterá, que foi publicado na revista Zé Carioca. A tira da Tribuna durou o período em que o centroavante esteve no auge no Alto da Glória, um período de um ano e meio a dois anos.
Tião Abaterá
O fenômeno Tião Abatiá não ficou localizado ao Paraná. Para se ter ideia, ele virou personagem até de história de quadrinhos da revista Zé Carioca, de Walt Disney, inspirando um atacante truculento e forte chamado Tião Abaterá. E isto aconteceu no número 1055 da revista, publicada no dia 28 de janeiro de 1972 – a história tinha como título “Futebol não tem lógica”, e o time do Zé Carioca e de seu amigo Nestor disputavam uma partida contra os Dragões do Andaraí, que tinha um jogador camisa dez terrível. Era o famoso Tião Abaterá: “É um famoso craque de futebol! É o jogador mais temido da cidade!! Ele é um jogador completo…. e seu apelido vem de uma particularidade interessante… o jogador que o Tião não conseguir driblar… o Tião abaterá”. O problema para o Zé Carioca era que ele era goleiro. A vítima preferida do Tião Abaterá. O curioso é que Tião Abaterá não usava camisa verde do Coxa, mas a camisa vermelha com os números brancos do Colorado, time em que Tião Abatiá encerrou a carreira.
Abatiá hoje
| Allan Costa Pinto |
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“Eu sou um aposentado. E também um comerciante que tem uma lotérica em Ribeirão do Pinhal”.
