Surge o Flecha Loira: Ele mirava o gol e atropelava obstáculos

No dia 27 de fevereiro de 1966, em sua estreia com a camisa do Coritiba, durante um amistoso contra o Grêmio de Porto Alegre, Krüger fez seu primeiro gol pelo Coxa. O bom começo pavimentou sua carreira no clube. Dois anos depois, ele foi campeão paranaense, numa memorável decisão contra o Atlético. Na primeira partida, ele fez um dos dois gols da vitória por 2 x 1. “O gol do título veio depois, na segunda partida, marcado pelo Paulo Vecchio, mas o gol que eu marquei na primeira partida foi fundamental. Deu a vantagem de a gente jogar pelo empate. Eu acho também que aqueles dois jogos foram os mais emocionantes de minha vida. O Coritiba não ganhava o título fazia muito tempo, a torcida e todo mundo vibrou muito. Foi inesquecível”, recorda.

A velocidade com que partia com a bola dominada em direção ao gol adversário rendeu ao atacante o apelido de Flecha Loira – criado pelo jornalista Albenir Amatuzzi, da Tribuna do Paraná. Com ele, e outros craques, o Coritiba se acostumou com as vitórias e os títulos. O time entrou nos anos 1970 com um perfil vencedor. Além de ser sucessivamente campeão paranaense, começava a fazer boa figura em competições nacionais e passou também a realizar excursões pelo exterior. Numa destas partidas, Krüger fez aquele considera o gol mais bonito de sua vida. Foi em Argel, contra a Seleção da Argélia. Ele pegou a bola no meio-campo e driblou quatro adversários. Foi em direção ao gol. O goleiro cercou e Krüger foi até a marca de escanteio, na ponta esquerda. O goleiro foi atrás. “Foi quando dei um giro de corpo, com a bola rente à linha de fundo. Ela pegou efeito, fez uma curva e entrou no ângulo direito”, descreve, como se o lance tivesse ocorrido há poucos dias.

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