Futebol virou espanhol

Suburbana apresentou a namorada para Levi Mulford

Levi Mulford destaca o vigor da várzea dos velhos tempos, dos anos 30 ao começo dos anos 60. “Ela revelava jogadores para o futebol profissional e não como acontece hoje que virou um lugar em que atuam os jogadores profissionais que encerraram as suas carreiras”, diz ele. O veterano conhecedor da várzea destaca alguns talentos saídos para o profissional: “Krüger foi um deles, o goleiro Joel Mendes foi outro, Nico e o irmão Nenê, assim como Luizinho que era do Botafogo, estes três para o Água Verde que era o time que mais recebia reforços dos clubes amadores”.

Foi no tempo do Bacacheri que ele começou a migrar involuntariamente para outra profissão, para continuar na várzea. “Eu era jogador e diretor de divulgação do time. Por volta de 1953, o Emir Sfair que tinha uma coluna de futebol no Paraná Esportivo me disse: quando tiver jogo você pode mandar a notícia que eu publico. Eu comecei a mandar. Aí ele disse que se eu pudesse mandar notícias de outros jogos também, ele acharia bom. Eu fui mandando. Aí então eu via um jogo, pegava a minha bicicleta Raleigh e pedalava para outro campo e assim eu percorria uns cinco ou seis campos de futebol por fim de semana pegando informações. Naquele tempo era possível fazer isto. Hoje seria impossível. E tinha que ser de bicicleta”, conta Levi Mulford.

No segundo semestre de 1956, o Albenir Amatuzzi chegou para Levi Mulford e disse: “Está saindo um jornal bem popular com muitas notícias de esporte. Eu vou fazer a parte profissional. Você não quer vir trabalhar com a gente para fazer a parte amadora?”. Levi Mulford aceitou. “No dia 17 de outubro de 1956 saiu o primeiro número deste jornal. Que é a Tribuna do Paraná”, conta ele. Mulford continuou cobrindo jogos na várzea. “Por volta de 1960, eu estava cobrindo um torneio do Sesi no campo do Primavera, lá no Taboão. Eu ia fotografar o jogo para a Tribuna. E vinha um guri que ficava do meu lado. O nome dele era Celso. A irmã dele ficava chamando ele: vem cá Celso”, conta Levi Mulford. Ele levou o garoto para a irmã que se chamava Edite e tinha 15 anos. “E foi assim que eu conheci a Edite. Eu comecei a namorar em 1961 e me casei no dia 21 de janeiro de 1967. Nós tivemos três filhos: Lizandro, Lúcio e Eunice”, diz ele. Levi está casado até hoje com Edite, torce para o Coxa até hoje e pode ser visto na várzea todos os fins de semanas. Até hoje.

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