O fim de carreira de Caxias foi estranho. No começo de 1988, estava com 31 anos e de posse de seu passe negociou contrato com o presidente do Bahia, Paulo Maracajá. ‘Eu peguei o dinheiro, estava de mala pronta e quando fui viajar o meu sogro disse: você não vai para a Bahia, de jeito nenhum’, conta Caxias.

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O jogador retrucou que não podia voltar atrás, pois já tinha recebido o dinheiro. ‘O meu sogro pegou o telefone, ligou para o Paulo Maracajá e disse que eu não ia mais jogar futebol, que ia cuidar da família. Ele perguntou quanto o Bahia tinha pagado pelo meu passe, sustou o contrato e fez o pagamento para o time de Salvador’, diz Caxias. E assim ele parou de jogar futebol.

Pendurada as chuteiras, o sogro disse que Caxias ia trabalhar em suas empresas. ‘Eu fiquei contente. Pensei: agora eu vou chegar na empresa do meu sogro, vou ter uma bela sala, com secretária e telefonista, e vai ser muito bacana’, conta.

Ledo engano. ‘Quando cheguei na empresa, ele me deu um macacão sujo e me mandou ir cuidar das oficinas e ver como aquilo funcionava’, recorda.

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Se na época ele levou o maior susto, hoje ele acha que o sogro estava certo. A melhor maneira de aprender o funcionamento de uma empresa é colocando um macacão e conhecendo todos os seus setores. Caxias ainda desenvolveu por longo tempo a atividade de cronista esportivo nas emissoras Capital, com Carneiro Neto; Clube, com Sidney Campos; Cidade, com Carneiro Neto e Capitão Hidalgo, e na CBN-Globo, com Nelson Santos.

Dona Marlene, sogra de Caxias, decorava a concentração do Colorado, cuidava da roupa de cama e até preparava e fiscalizava a comida, cuidando das compras de frutas e verduras. Ela se reunia mensalmente com as mulheres dos jogadores, para saber se precisavam de alguma coisa em casa e para saber também como estava o lado psicológico doméstico dos atletas.

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