Lendas vivas

Rafael não teve faixas de boas vindas quando chegou ao Atlético

Em 1982, Rafael Cammarota estava de volta ao Paraná. Agora no Atlético. “O Hélio Alves me trouxe no meio do campeonato”, conta ele. “Saí do Corinthians no final do primeiro turno e cheguei aqui no começo do segundo turno”, diz Rafael sobre a sua segunda e mais vitoriosa temporada no Paraná. Ele veio para ser campeão onde jogou, fosse no Atlético ou no Coritiba.

No entanto, a sua chegada não foi nada boa. Isto ele mesmo reconhece. “Não fui bem recebido. Eu conhecia o Washington, do Corinthians e o Assis, que era meu vizinho na Vila Mariana. Mas o resto não conhecia bem. Mas, com o passar do tempo eu me impus”, diz ele.

O problema que Rafael encontrou no Atlético era muito simples: o rubro-negro da Baixada tinha um bom goleiro, que era o Roberto Costa. E ele era o titular. Rafael nega que tenha ocorrido a cena no intervalo de uma partida entre Atlético e Operário na Baixada, durante o qual Hélio Alves pediu para o técnico Geraldino trocar de goleiros: Roberto Costa por Rafael. E a coisa não deu certo porque o time se posicionou ao lado de Roberto Costa. “Não me lembro disso. Isto não aconteceu”, diz ele. Mas ele reconhece que houve disputa braba pela posição com Roberto Costa. E sobrou para o técnico.

Quando se deparou com o problema de quem seria o goleiro titular, o técnico Geraldo Damasceno não soube o que fazer. “O Geraldino era um cagão. Medroso. Ele queria fazer rodízio de goleiros. E eu disse para ele: isto aqui não é churrascaria! Esse negócio de rodizio é coisa de churrascaria não é coisa de time de futebol. E ele se apertou. Num jogo decisivo contra o Colorado, ele deu a escalação, mas não disse quem seria o goleiro. Você já viu isso? O goleiro foi o Roberto Costa e eu fiquei de fora. Deu uma celeuma do cacete! Eu fui para casa”, conta ele. Apesar desta disputa interna, o Atlético foi bicampeão estadual em 1982 e 1983.

Com a boa atuação de Roberto Costa no Brasileiro de 1983, ele foi vendido para o Vasco e a disputa pelo gol acabou. E Rafael se firmou. Curiosamente em 1982, no ano de sua chegada ao rubro-negro, o goleiro colecionou duas faixas de campeão. Uma pelo Atlético e outra pelo Corinthians, pois jogou o primeiro turno com a camisa do Timão. Mas, assim como no Coritiba, para o qual foi vendido em 1985, aquela não seria a única passagem do goleiro pelo rubro-negro.